sexta-feira, 12 de abril de 2024

12 DE ABRIL - HENRI DESIRE LANDRU

EFEMÉRIDE - Henri Désiré Landru, assassino em série francês, que recebeu a alcunha de “Barba Azul”, nasceu em Paris no dia 12 de Abril de 1869. Morreu em Versalhes, em 25 de Fevereiro de 1922.

Serviu no Exército durante a Primeira Guerra Mundial e, depois, viveu com sequelas e passou a seduzir viúvas de guerra, por correspondência, para assassiná-las e ficar com o seu dinheiro.

O julgamento de Landru foi considerado um espectáculo para o povo francês, que se encontrava fragilizado com os horrores do pós-guerra; a atenção para o julgamento foi tamanha e foram ignoradas as negociações dos Acordos de Versalhes que objectivavam punir a Alemanha por iniciar o conflito.

Após uma série de julgamentos e a presença de testemunhas, Landru foi condenado à morte pela guilhotina e executado no em Fevereiro de 1922.

Henri Désiré, nascido no bairro de Puebla, frequentou uma escola de frades e interessava-se muito pelos assuntos da Igreja, até o terceiro grau, quando abandonou a escola e começou a trabalhar num escritório de arquitectura. Teve uma filha com Marie Catherine e, alguns anos após deixar a escola, passou quatro anos no Exército. Quando voltou, passou de emprego em emprego até se tornar um golpista.

Ele seduziu uma prima e teve uma filha com ela, mas casou-se com outra, dois anos depois, com quem teve quatro filhos. Sofreu um golpe financeiro, aplicado por um falso patrão, o que o enfureceu e provavelmente lhe serviu de inspiração.

Em 1900, foi condenado a dois anos por fraude envolvendo viúvas. Foi a primeira de várias outras condenações.

Em 1902, foi condenado pelo roubo de diversas bicicletas, enquanto era dono de um escritório. Após ser libertado, criou uma outra empresa e prometeu aos investidores participações nos lucros; cada uma das pessoas tinha de investir de três mil a quatro mil francos, mas ele foi descoberto como fraudador e foi preso novamente.

Logo que saiu da cadeia, fez a bula do casamento, casando com uma mulher, mas ela denunciou-o porque descobriu que era uma farsa. Denunciado, ficou mais três anos na cadeia. Em 1912, ele saiu e cometeu mais vigarices e acabou preso por mais quatro anos.

Em 1914, Landru ficou viúvo e começou a trabalhar a meio tempo como comerciante de móveis. Nessa época, ele resolveu colocar anúncios nos jornais de Paris procurando atrair viúvas para encontros com «intenção de matrimónio».

Com a Primeira Guerra Mundial, grande quantidade de homens alistaram-se e morriam durante o serviço militar ou acabando com sequelas pelas péssimas condições de vida nas trincheiras, deixando muitas mulheres viúvas e por casar, que Landru pretendia assediar utilizando vários pseudónimos.

Landru iniciou os assassinatos, provavelmente por estrangulamento. Depois, queimava e desmembrava os corpos das vítimas. Os métodos utilizados variavam, assim como os locais em que as vítimas eram mortas, além do facto de que os corpos não eram encontrados, fazendo com que a polícia acreditasse que estavam desaparecidas. Segundo testemunhas vizinhas de Landru na comuna de Gambais, por vezes a sua chaminé exalava um odor fétido, porém até à época das acusações creditavam esse facto ao uso de materiais de baixa qualidade, no entanto, especialistas consideram isso uma prova de que ele queimava os corpos.

De 1914 a 1918, Landru eliminou onze vítimas: dez mulheres e um filho adolescente de uma delas. Landru também usava uma grande variedade de lugares para atrair as mulheres, como se percebe nas correspondências com elas. Dessa forma, passava-se também a impressão de que os crimes não possuíam ligação um com o outro e que eram cometidos por pessoas diferentes. De facto, a própria polícia não encontrou provas tão concretas de que Landru foi responsável por todas as mortes, apesar de terem encontrado um bloco de anotações com os valores dos golpes por ele realizados e os nomes das vítimas, na sua casa no distrito de Gambais.

No seu aniversário dos 50 anos, ele foi preso pelo desaparecimento das senhoras Collomb e Buisson. Após isso, a sua foto foi divulgada e logo mais acusações chegam até a polícia.

Em 1919, Madame Buisson, denunciou o desaparecimento de sua irmã, uma das vítimas de Landru. Ela não sabia o nome verdadeiro dele, mas conhecia a aparência do assassino. Com essas indicações, a polícia chegou a Landru, mas não conseguiram provar os assassinatos pois não foram encontrados os corpos. Somente encontraram os recortes dos anúncios e as correspondências enviadas e recebidas, inclusive para a irmã de Madame Buisson, combinadas com outros documentos encontrados na sua residência e o testemunho de diversas mulheres, conseguiram propor a pena de morte para Landru, que foi executado com guilhotina na manhã do dia 25 de Fevereiro de 1922, aos 52 anos.

Durante todo o julgamento, o povo surpreendeu-se com o homem, pois acreditavam que ele era um monstro impiedoso; porém, demonstrou bastante calmo e até um tanto ou quanto comovido ou com remorso, além de que ele tinha uma aparência simples e bastante discreta.

Landru foi a inspiração de Charlie Chaplin para o filme “Monsieur Verdoux” (1947).

Os eventos inspiraram “Landru”, filme de 1962, dirigido por Claude Chabrol.

Landru foi executado numa guilhotina, objecto que foi usado ainda nos 55 anos seguintes, até ao ano de estreia de “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança”.

O advogado de Landru tinha um ferimento numa perna que não lhe permitia andar bem. Devido a esse facto, criou-se a frase «A Justiça é coxa», no caso Landru.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...