Serviu no Exército
durante a Primeira Guerra Mundial e, depois, viveu com sequelas e passou
a seduzir viúvas de guerra, por correspondência, para assassiná-las e ficar com
o seu dinheiro.
O julgamento de Landru foi
considerado um espectáculo para o povo francês, que se encontrava fragilizado
com os horrores do pós-guerra; a atenção para o julgamento foi tamanha e foram
ignoradas as negociações dos Acordos de Versalhes que objectivavam punir
a Alemanha por iniciar o conflito.
Após uma série de julgamentos
e a presença de testemunhas, Landru foi condenado à morte pela guilhotina e
executado no em Fevereiro de 1922.
Henri Désiré, nascido no
bairro de Puebla, frequentou uma escola de frades e interessava-se muito pelos
assuntos da Igreja, até o terceiro grau, quando abandonou a escola e começou a
trabalhar num escritório de arquitectura. Teve uma filha com Marie Catherine e,
alguns anos após deixar a escola, passou quatro anos no Exército. Quando
voltou, passou de emprego em emprego até se tornar um golpista.
Ele seduziu uma prima e teve
uma filha com ela, mas casou-se com outra, dois anos depois, com quem teve
quatro filhos. Sofreu um golpe financeiro, aplicado por um falso patrão, o que
o enfureceu e provavelmente lhe serviu de inspiração.
Em 1900, foi condenado a dois
anos por fraude envolvendo viúvas. Foi a primeira de várias outras condenações.
Em 1902, foi condenado pelo
roubo de diversas bicicletas, enquanto era dono de um escritório. Após ser
libertado, criou uma outra empresa e prometeu aos investidores participações
nos lucros; cada uma das pessoas tinha de investir de três mil a quatro mil
francos, mas ele foi descoberto como fraudador e foi preso novamente.
Logo que saiu da cadeia, fez
a bula do casamento, casando com uma mulher, mas ela denunciou-o porque
descobriu que era uma farsa. Denunciado, ficou mais três anos na cadeia. Em
1912, ele saiu e cometeu mais vigarices e acabou preso por mais quatro anos.
Em 1914, Landru ficou viúvo e
começou a trabalhar a meio tempo como comerciante de móveis. Nessa época, ele
resolveu colocar anúncios nos jornais de Paris procurando atrair viúvas para
encontros com «intenção de matrimónio».
Com a Primeira Guerra
Mundial, grande quantidade de homens alistaram-se e morriam durante o
serviço militar ou acabando com sequelas pelas péssimas condições de vida nas
trincheiras, deixando muitas mulheres viúvas e por casar, que Landru pretendia
assediar utilizando vários pseudónimos.
Landru iniciou os
assassinatos, provavelmente por estrangulamento. Depois, queimava e desmembrava
os corpos das vítimas. Os métodos utilizados variavam, assim como os locais em
que as vítimas eram mortas, além do facto de que os corpos não eram
encontrados, fazendo com que a polícia acreditasse que estavam desaparecidas.
Segundo testemunhas vizinhas de Landru na comuna de Gambais, por vezes a sua
chaminé exalava um odor fétido, porém até à época das acusações creditavam esse
facto ao uso de materiais de baixa qualidade, no entanto, especialistas
consideram isso uma prova de que ele queimava os corpos.
De 1914 a 1918, Landru
eliminou onze vítimas: dez mulheres e um filho adolescente de uma delas. Landru
também usava uma grande variedade de lugares para atrair as mulheres, como se
percebe nas correspondências com elas. Dessa forma, passava-se também a
impressão de que os crimes não possuíam ligação um com o outro e que eram
cometidos por pessoas diferentes. De facto, a própria polícia não encontrou
provas tão concretas de que Landru foi responsável por todas as mortes, apesar
de terem encontrado um bloco de anotações com os valores dos golpes por ele
realizados e os nomes das vítimas, na sua casa no distrito de Gambais.
No seu aniversário dos 50
anos, ele foi preso pelo desaparecimento das senhoras Collomb e Buisson. Após
isso, a sua foto foi divulgada e logo mais acusações chegam até a polícia.
Em 1919, Madame Buisson,
denunciou o desaparecimento de sua irmã, uma das vítimas de Landru. Ela não
sabia o nome verdadeiro dele, mas conhecia a aparência do assassino. Com essas
indicações, a polícia chegou a Landru, mas não conseguiram provar os
assassinatos pois não foram encontrados os corpos. Somente encontraram os
recortes dos anúncios e as correspondências enviadas e recebidas, inclusive
para a irmã de Madame Buisson, combinadas com outros documentos encontrados na
sua residência e o testemunho de diversas mulheres, conseguiram propor a pena
de morte para Landru, que foi executado com guilhotina na manhã do dia 25 de
Fevereiro de 1922, aos 52 anos.
Durante todo o julgamento, o
povo surpreendeu-se com o homem, pois acreditavam que ele era um monstro
impiedoso; porém, demonstrou bastante calmo e até um tanto ou quanto comovido
ou com remorso, além de que ele tinha uma aparência simples e bastante
discreta.
Landru foi a inspiração de
Charlie Chaplin para o filme “Monsieur Verdoux” (1947).
Os eventos inspiraram “Landru”,
filme de 1962, dirigido por Claude Chabrol.
Landru foi executado numa
guilhotina, objecto que foi usado ainda nos 55 anos seguintes, até ao ano de
estreia de “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança”.
O advogado de Landru tinha um
ferimento numa perna que não lhe permitia andar bem. Devido a esse facto,
criou-se a frase «A Justiça é coxa», no caso Landru.
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