quarta-feira, 26 de agosto de 2009

EFEMÉRIDEJulio Florencio Cortázar, escritor argentino, nasceu em Bruxelas no dia 26 de Agosto de 1914. Faleceu em Paris, em 12 de Fevereiro de 1984.
Filho de pais argentinos, nasceu na embaixada da Argentina em Ixelles, distrito de Bruxelas, na Bélgica. Os pais separaram-se já ele tinha quatro anos, sendo criado pela mãe, por uma tia e por uma avó. Passou a maior parte da infância em Banfield, na Argentina, e não era uma criança totalmente feliz, apresentando uma quase permanente tristeza. Era doente e passava muito tempo na cama, lendo livros que a mãe seleccionava. Muitos dos seus contos são autobiográficos, como “Bestiário”, “Final del juego”, “Los venenos” e “La Señorita Cora”, entre outros.
Licenciou-se em Letras (1935) na "Escuela Normal de Profesores Mariano Acosta" e por essa época começou a praticar pugilismo.
Em 1938 editou “Presencia”, um livro de poemas assinado com o pseudónimo "Julio Denis". Leccionou nalgumas cidades do interior, foi professor de literatura na "Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad Nacional de Cuyo", mas renunciou ao cargo quando Perón assumiu a presidência da Argentina. Empregou-se na Câmara do Livro em Buenos Aires e fez algumas traduções.
Em 1951, aos 37 anos, por não concordar com a ditadura na Argentina, partiu para Paris, de onde tinha recebido uma bolsa do governo francês para estudar durante dez meses. Acabou por se instalar definitivamente na capital francesa. Trabalhou durante muitos anos como tradutor da Unesco e viveu em Paris até à sua morte.
Cortázar vivia com a mulher em condições económicas difíceis, quando surgiu a oportunidade de traduzir a obra completa, em prosa, de Edgar Allan Poe, para a Universidad de Puerto Rico. Este trabalho foi considerado pelos críticos como a melhor tradução da obra do escritor.
Em 1963 visitou Cuba, convidado pela Casa de las Américas, para fazer parte do júri de um concurso literário. Intensificou-se neste período o seu fascínio pela política, comprometendo-se com a libertação da América Latina dos regimes ditatoriais. No mesmo ano viu um livro seu traduzido para inglês. Em 1962 lançara “Historias de Cronopios y Famas” e o ano de 1963 marcou o lançamento de “Rayuela”, que foi o seu grande sucesso.
Em Novembro de 1970 viajou até ao Chile, onde se solidarizou com o governo de Salvador Allende.
Em 1973 recebeu o “Prémio Médicis” com o seu “Libro de Manuel” e destinou os direitos autorais para ajudar os presos políticos na Argentina. Em 1974 foi membro do Tribunal Bertrand Russell II, reunido em Roma para examinar a situação política na América Latina, em particular as violações dos Direitos Humanos.
Em 1976 viajou para a Costa Rica e fez uma viagem clandestina à Nicarágua de apoio aos Sandinistas.
Em Agosto de 1981 sofreu uma hemorragia gástrica. Em 1983, tendo voltado a democracia à Argentina, Cortázar fez uma última viagem à sua pátria, onde foi recebido calorosamente pelos admiradores, que o paravam na rua e lhe pediam autógrafos, em contraste com a indiferença das autoridades oficiais. Depois de visitar vários amigos, regressou a Paris onde já tinha adquirido a nacionalidade francesa.
Sofrendo de leucemia, foi contaminado pelo vírus da Sida quando duma transfusão sanguínea, morrendo no ano seguinte.
É considerado um dos autores mais inovadores e originais de seu tempo, mestre do conto curto e da prosa poética, comparável a Jorge Luis Borges e a Edgar Allan Poe.
Cortázar inspirou um grande número de cineastas, entre eles o italiano Michelangelo Antonioni, cuja longa-metragem “Blow-up” foi baseada no seu conto “As Babas do Diabo”.

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