EFEMÉRIDE – Emídio Guerreiro, professor e político português, nasceu em Guimarães no dia 6 de Setembro de 1899. Faleceu na mesma cidade em 29 de Junho de 2005.
Oriundo de uma família republicana, cedo aderiu aos ideais da República. Combateu, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial.
Licenciou-se em Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Fez parte do Orfeão Universitário, presidiu à Associação Académica do Porto e pertenceu ao grupo de teatro da faculdade.
Após o golpe de estado de 1926, juntou-se aos que se opunham à imposição de uma ditadura. Em 1928, no Porto, fundou a loja maçónica “A Comuna” (Grande Oriente Lusitano Unido), colaborando também no semanário “Humanidade” (1929-1931). Em 1931 foi nomeado professor assistente de Cálculo Diferencial na Faculdade de Ciências mas, devido aos seus ideais políticos, foi demitido passados três meses.
Em 1932 foi preso por escrever um texto contra o Presidente da República Óscar Carmona, conseguindo evadir-se um ano depois. Esteve no exílio durante mais de 40 anos, primeiro em Espanha onde, na Guerra Civil, esteve ao lado das forças republicanas. Depois, em França, passou à clandestinidade após a invasão nazi, juntando-se à Resistência. Quando a Guerra terminou ficou a leccionar Matemática em Paris.
Em 1959 tomou contacto com o General Humberto Delgado, tornando-se supostamente o seu representante em Paris. Após o desaparecimento de Delgado, foi um dos que alertou os meios de comunicação internacionais. Participou no processo de acusação espanhol para averiguar as causas e as circunstâncias do assassínio.
Na capital francesa, juntamente com Palma Inácio e outros, fundou em 1967 a LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária, como força de oposição ao regime salazarista. Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974 e aderiu, ainda nesse ano, ao Partido Popular Democrático (actual Partido Social Democrata). Foi secretário-geral deste partido em 1975, liderando-o durante um período em que Francisco Sá Carneiro, por motivos de doença, se deslocara ao estrangeiro. Foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, mas viria a afastar-se. Filiou-se no Partido Renovador Democrático e veio a aproximar-se, no final da sua vida, do Partido Socialista.
Em 1980 foi condecorado como Comendador da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Ramalho Eanes. Em 1999, por altura do seu centenário, foi condecorado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Grã-Cruz da Liberdade. Entrevistado pelo jornal “Expresso”, escolheu a dignidade humana como o ideal que sempre norteara a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que lutei por ela. Lutei contra todos os regimes prepotentes e todas as ditaduras» afirmou.
Faleceu num lar de terceira idade que tem o seu nome, em Guimarães, aos 105 anos.
Oriundo de uma família republicana, cedo aderiu aos ideais da República. Combateu, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial.
Licenciou-se em Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Fez parte do Orfeão Universitário, presidiu à Associação Académica do Porto e pertenceu ao grupo de teatro da faculdade.
Após o golpe de estado de 1926, juntou-se aos que se opunham à imposição de uma ditadura. Em 1928, no Porto, fundou a loja maçónica “A Comuna” (Grande Oriente Lusitano Unido), colaborando também no semanário “Humanidade” (1929-1931). Em 1931 foi nomeado professor assistente de Cálculo Diferencial na Faculdade de Ciências mas, devido aos seus ideais políticos, foi demitido passados três meses.
Em 1932 foi preso por escrever um texto contra o Presidente da República Óscar Carmona, conseguindo evadir-se um ano depois. Esteve no exílio durante mais de 40 anos, primeiro em Espanha onde, na Guerra Civil, esteve ao lado das forças republicanas. Depois, em França, passou à clandestinidade após a invasão nazi, juntando-se à Resistência. Quando a Guerra terminou ficou a leccionar Matemática em Paris.
Em 1959 tomou contacto com o General Humberto Delgado, tornando-se supostamente o seu representante em Paris. Após o desaparecimento de Delgado, foi um dos que alertou os meios de comunicação internacionais. Participou no processo de acusação espanhol para averiguar as causas e as circunstâncias do assassínio.
Na capital francesa, juntamente com Palma Inácio e outros, fundou em 1967 a LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária, como força de oposição ao regime salazarista. Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974 e aderiu, ainda nesse ano, ao Partido Popular Democrático (actual Partido Social Democrata). Foi secretário-geral deste partido em 1975, liderando-o durante um período em que Francisco Sá Carneiro, por motivos de doença, se deslocara ao estrangeiro. Foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, mas viria a afastar-se. Filiou-se no Partido Renovador Democrático e veio a aproximar-se, no final da sua vida, do Partido Socialista.
Em 1980 foi condecorado como Comendador da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Ramalho Eanes. Em 1999, por altura do seu centenário, foi condecorado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Grã-Cruz da Liberdade. Entrevistado pelo jornal “Expresso”, escolheu a dignidade humana como o ideal que sempre norteara a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que lutei por ela. Lutei contra todos os regimes prepotentes e todas as ditaduras» afirmou.
Faleceu num lar de terceira idade que tem o seu nome, em Guimarães, aos 105 anos.
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