EFEMÉRIDE – O vulcão dos Capelinhos manteve-se em actividade durante 13 meses, entre 27 de Setembro de 1957 e 24 de Outubro de 1958. Terá sido provavelmente uma sobreposição de duas erupções distintas, uma começada em 27 de Setembro de 1957 e a segunda em 14 de Maio de 1958. A partir de 25 de Outubro de 1958, o vulcão entrou em fase de repouso. Do ponto de vista vulcanólogo, deverá ser considerado um vulcão potencialmente activo. Está localizado na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, Açores. O nome Capelinhos ficou a dever-se à existência de 2 ilhéus chamados "Ilhéus dos Capelinhos".
Esta erupção foi um marco na vulcanologia mundial. Tratou-se de uma erupção submarina devidamente observada, documentada e estudada, desde o início até ao fim. Apareceu em condições privilegiadas, junto de uma ilha habitada, com estrada, farol e telefones privativos.
Próximo situa-se hoje o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado em 24 de Março de 1964, que documenta toda a actividade eruptiva. A área em torno do vulcão, classificada como paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, integra a Rede Natura 2000.
Em resultado da erupção, a área total da ilha aumentou em cerca de 2,5 km2. A escalada do vulcão apresenta alguns riscos, devendo por isso ser efectuada nos trilhos indicados e sob orientação de um guia credenciado. Convém mencionar que o respiradouro do vulcão, situado no seu Cabeço Norte, liberta vapor de água e gases tóxicos com temperaturas na ordem dos 180 a 200°C.
A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção originaram a destruição generalizada das habitações, campos agrícolas e pastagens nas freguesias do Capelo e da Praia do Norte. Não houve felizmente perdas humanas a registar. Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de sinistrados faialenses - e não poucos açorianos de outras proveniências - aproveitaram a quota especial de emigração concedida e procuraram refazer as suas vidas naquele país.
De 16 a 27 de Setembro de 1957, registara-se uma crise sísmica na ilha, com mais de 200 sismos de intensidade não superior ao grau V da Escala de Mercalli. No dia 23 de Setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente, havendo emissão de jactos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.
Em 27 de Setembro teve início pelas 6h45 uma erupção submarina a 300 metros da Ponta dos Capelinhos. A partir de 13 de Outubro a emissão de gases e as explosões, ainda que violentas, passaram a ser menos frequentes, atirando bombas de lava e grandes quantidades de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo, correntes de lava escorriam para o mar. A erupção continuou intensa até 29 de Outubro, com constantes chuvas de cinzas sobre o Faial, destruindo culturas agrícolas e forçando a evacuação das populações das zonas mais próximas.
A erupção evoluiu, formando primeiro uma pequena ilha que foi chamada "Ilha Nova", com 600 metros de diâmetro e 30 metros de altura, que atingiria por fim os 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura.
Munido da sua câmara de filmar, Carlos Tudela e Vasco Hogan Teves, repórteres da RTP, desembarcaram em 23 de Outubro na ilha recém-nascida, na vertente do vulcão activo. Acompanhados do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscaram as suas vidas num pequeno barco remado por Carlos Peixoto para colocar a bandeira nacional na "Ilha Nova".
Em 4 de Novembro de 1957 a erupção vulcânica recomeçou e rapidamente se formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12 de Novembro, a ilha ligou-se ao Faial. A actividade eruptiva aumentou progressivamente, atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, surgindo então um segundo cone vulcânico. A 16 de Dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinzas, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava incandescente, a que se juntaram, três dias depois, explosões com jactos de cinzas e muitos blocos de pedra. Precisamente no dia 29 de Dezembro, a actividade eruptiva conheceu uma nova e breve pausa.
De Janeiro a Abril de 1958, reapareceram jactos pontiagudos de cinzas, geralmente acompanhados de fumos brancos ou acastanhados. Em Março, os Ilhéus dos Capelinhos já haviam desaparecido definitivamente, sob um manto de cinzas e areia, tendo esta formado dois areais de apreciável dimensão, que chegavam a atingir vários metros de espessura junto ao farol e nas áreas adjacentes, o que levou ao soterramento de casas e à ruína dos telhados de muitas habitações.
Depois de uma violenta crise sísmica na noite de 12 para 13 de Maio, em que houve mais de 450 sismos, a erupção dos Capelinhos sofreu reajustamentos profundos no edifício vulcânico e na estrutura tectónica. A partir de 14 de Maio, a actividade passou ao tipo estromboliano, com fortes ruídos acompanhados de ondas infra-sónicas, que fizeram estremecer portas e janelas em toda a ilha e, por vezes, nas ilhas próximas. A projecção de fragmentos de lava incandescente atingiu mais de 500 metros de altura. Também nesse dia, surgiram fumarolas no fundo da Caldeira (vulcão central da ilha), que emitiam vapor de água com cheiro a enxofre e com lama em ebulição.
A erupção constituiu "um espectáculo grandioso", um misto de belo e horrendo, que jamais foi esquecido por quem o presenciou. Prosseguiu por mais uns meses, consistindo em explosões moderadas, com várias correntes de lava, a última das quais em 21 de Outubro, sendo observada no dia 24 de Outubro, pela última vez, a emissão de fragmentos incandescentes.
Esta erupção foi um marco na vulcanologia mundial. Tratou-se de uma erupção submarina devidamente observada, documentada e estudada, desde o início até ao fim. Apareceu em condições privilegiadas, junto de uma ilha habitada, com estrada, farol e telefones privativos.
Próximo situa-se hoje o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado em 24 de Março de 1964, que documenta toda a actividade eruptiva. A área em torno do vulcão, classificada como paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, integra a Rede Natura 2000.
Em resultado da erupção, a área total da ilha aumentou em cerca de 2,5 km2. A escalada do vulcão apresenta alguns riscos, devendo por isso ser efectuada nos trilhos indicados e sob orientação de um guia credenciado. Convém mencionar que o respiradouro do vulcão, situado no seu Cabeço Norte, liberta vapor de água e gases tóxicos com temperaturas na ordem dos 180 a 200°C.
A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção originaram a destruição generalizada das habitações, campos agrícolas e pastagens nas freguesias do Capelo e da Praia do Norte. Não houve felizmente perdas humanas a registar. Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de sinistrados faialenses - e não poucos açorianos de outras proveniências - aproveitaram a quota especial de emigração concedida e procuraram refazer as suas vidas naquele país.
De 16 a 27 de Setembro de 1957, registara-se uma crise sísmica na ilha, com mais de 200 sismos de intensidade não superior ao grau V da Escala de Mercalli. No dia 23 de Setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente, havendo emissão de jactos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.
Em 27 de Setembro teve início pelas 6h45 uma erupção submarina a 300 metros da Ponta dos Capelinhos. A partir de 13 de Outubro a emissão de gases e as explosões, ainda que violentas, passaram a ser menos frequentes, atirando bombas de lava e grandes quantidades de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo, correntes de lava escorriam para o mar. A erupção continuou intensa até 29 de Outubro, com constantes chuvas de cinzas sobre o Faial, destruindo culturas agrícolas e forçando a evacuação das populações das zonas mais próximas.
A erupção evoluiu, formando primeiro uma pequena ilha que foi chamada "Ilha Nova", com 600 metros de diâmetro e 30 metros de altura, que atingiria por fim os 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura.
Munido da sua câmara de filmar, Carlos Tudela e Vasco Hogan Teves, repórteres da RTP, desembarcaram em 23 de Outubro na ilha recém-nascida, na vertente do vulcão activo. Acompanhados do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscaram as suas vidas num pequeno barco remado por Carlos Peixoto para colocar a bandeira nacional na "Ilha Nova".
Em 4 de Novembro de 1957 a erupção vulcânica recomeçou e rapidamente se formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12 de Novembro, a ilha ligou-se ao Faial. A actividade eruptiva aumentou progressivamente, atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, surgindo então um segundo cone vulcânico. A 16 de Dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinzas, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava incandescente, a que se juntaram, três dias depois, explosões com jactos de cinzas e muitos blocos de pedra. Precisamente no dia 29 de Dezembro, a actividade eruptiva conheceu uma nova e breve pausa.
De Janeiro a Abril de 1958, reapareceram jactos pontiagudos de cinzas, geralmente acompanhados de fumos brancos ou acastanhados. Em Março, os Ilhéus dos Capelinhos já haviam desaparecido definitivamente, sob um manto de cinzas e areia, tendo esta formado dois areais de apreciável dimensão, que chegavam a atingir vários metros de espessura junto ao farol e nas áreas adjacentes, o que levou ao soterramento de casas e à ruína dos telhados de muitas habitações.
Depois de uma violenta crise sísmica na noite de 12 para 13 de Maio, em que houve mais de 450 sismos, a erupção dos Capelinhos sofreu reajustamentos profundos no edifício vulcânico e na estrutura tectónica. A partir de 14 de Maio, a actividade passou ao tipo estromboliano, com fortes ruídos acompanhados de ondas infra-sónicas, que fizeram estremecer portas e janelas em toda a ilha e, por vezes, nas ilhas próximas. A projecção de fragmentos de lava incandescente atingiu mais de 500 metros de altura. Também nesse dia, surgiram fumarolas no fundo da Caldeira (vulcão central da ilha), que emitiam vapor de água com cheiro a enxofre e com lama em ebulição.
A erupção constituiu "um espectáculo grandioso", um misto de belo e horrendo, que jamais foi esquecido por quem o presenciou. Prosseguiu por mais uns meses, consistindo em explosões moderadas, com várias correntes de lava, a última das quais em 21 de Outubro, sendo observada no dia 24 de Outubro, pela última vez, a emissão de fragmentos incandescentes.
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