EFEMÉRIDE – Fernando Marques Lopes, realizador de cinema português, nasceu em Maçãs de Dona Maria no dia 28 de Dezembro de 1935.
Passou a infância em Ourém, vindo para Lisboa por volta dos dez anos. Pouco depois começou a trabalhar, como paquete, à medida que continuava os seus estudos.
Em 1957 ingressou como técnico na Rádio Televisão Portuguesa, então inaugurada. Despontou para o cinema através do movimento cineclubista, sendo sócio do Cineclube Imagem. Em 1959 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vindo a obter um diploma em “Realização” da “London Film School” de Inglaterra.
Regressado a Portugal, filmou vários documentários, alguns dos quais para a televisão, neles revelando uma linguagem moderna, longe do que era habitual neste tipo de projectos.
Em 1964 realizou “Belarmino” (1964), uma média-metragem sobre a vida do pugilista Belarmino Fragoso, um antigo campeão em fase de decadência, considerada uma obra chave do movimento do Novo Cinema Português, juntamente com “Dom Roberto” e “Os Verdes Anos”.
Em 1965 faz um estágio de três meses em Hollywood. Ao voltar realizou diversos trabalhos para televisão e alguns documentários.
Em 1970 foi nomeado presidente do Centro Português de Cinema, cooperativa de cineastas apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian. No ano seguinte realizou “Uma Abelha na Chuva”, adaptação de um romance de Carlos de Oliveira, considerado juntamente com “O Delfim” (2002), como as obras mais significativas da sua carreira.
O documentário “Nacionalidade: Português” (1972), com produção do escritor Nuno Bragança, e a direcção da renascida revista “Cinéfilo” (1973-1974) são os seus trabalhos de maior vulto antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, cujos desenvolvimentos filmou com outros realizadores, colaborando na autoria colectiva de “As Armas e o Povo” (1975).
Em 1976 realizou a longa-metragem “Nós Por Cá Todos Bem”, em que partiu do percurso de vida da sua própria mãe, para fazer o contraste entre a vida no campo e a na cidade.
Fernando Lopes dirigiu a programação da RTP2 entre 1978 e 1980 imprimindo-lhe uma identidade própria, significativamente diferente do primeiro canal.
Findas as suas funções na RTP2, regressou ao cinema. Em 1984 adaptou o romance “Crónica dos Bons Malandros” de Mário Zambujal, que teve grande êxito junto do público.
A longa-metragem seguinte “Matar Saudades” (1987) suscitou algumas reservas por parte da crítica, mas trouxe aos ecrãs um tema pouco frequente no cinema nacional, ainda que constitua uma constante da vida portuguesa: a emigração. Atravessava-se uma época de grandes dificuldades económicas no campo do cinema. Havia um número relativamente escasso de produções nacionais, embora se intensificasse o regime de co-produção, a que Fernando Lopes também recorreu em 1993 para “O Fio do Horizonte”, adaptação duma obra de Antonio Tabucchi, escritor italiano muito ligado à cultura portuguesa.
Fernando Lopes voltou a obter o reconhecimento unânime da crítica, com a adaptação da obra emblemática de José Cardoso Pires “O Delfim”, retrato dum marialvismo localizado nos anos 1960, mas não completamente erradicado da sociedade portuguesa. Foi nomeado para o “Grande Prémio das Américas” no Festival Internacional de Montreal (2002).
Leccionou durante vários anos o Curso de Cinema da “Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa”.
Passou a infância em Ourém, vindo para Lisboa por volta dos dez anos. Pouco depois começou a trabalhar, como paquete, à medida que continuava os seus estudos.
Em 1957 ingressou como técnico na Rádio Televisão Portuguesa, então inaugurada. Despontou para o cinema através do movimento cineclubista, sendo sócio do Cineclube Imagem. Em 1959 recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vindo a obter um diploma em “Realização” da “London Film School” de Inglaterra.
Regressado a Portugal, filmou vários documentários, alguns dos quais para a televisão, neles revelando uma linguagem moderna, longe do que era habitual neste tipo de projectos.
Em 1964 realizou “Belarmino” (1964), uma média-metragem sobre a vida do pugilista Belarmino Fragoso, um antigo campeão em fase de decadência, considerada uma obra chave do movimento do Novo Cinema Português, juntamente com “Dom Roberto” e “Os Verdes Anos”.
Em 1965 faz um estágio de três meses em Hollywood. Ao voltar realizou diversos trabalhos para televisão e alguns documentários.
Em 1970 foi nomeado presidente do Centro Português de Cinema, cooperativa de cineastas apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian. No ano seguinte realizou “Uma Abelha na Chuva”, adaptação de um romance de Carlos de Oliveira, considerado juntamente com “O Delfim” (2002), como as obras mais significativas da sua carreira.
O documentário “Nacionalidade: Português” (1972), com produção do escritor Nuno Bragança, e a direcção da renascida revista “Cinéfilo” (1973-1974) são os seus trabalhos de maior vulto antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, cujos desenvolvimentos filmou com outros realizadores, colaborando na autoria colectiva de “As Armas e o Povo” (1975).
Em 1976 realizou a longa-metragem “Nós Por Cá Todos Bem”, em que partiu do percurso de vida da sua própria mãe, para fazer o contraste entre a vida no campo e a na cidade.
Fernando Lopes dirigiu a programação da RTP2 entre 1978 e 1980 imprimindo-lhe uma identidade própria, significativamente diferente do primeiro canal.
Findas as suas funções na RTP2, regressou ao cinema. Em 1984 adaptou o romance “Crónica dos Bons Malandros” de Mário Zambujal, que teve grande êxito junto do público.
A longa-metragem seguinte “Matar Saudades” (1987) suscitou algumas reservas por parte da crítica, mas trouxe aos ecrãs um tema pouco frequente no cinema nacional, ainda que constitua uma constante da vida portuguesa: a emigração. Atravessava-se uma época de grandes dificuldades económicas no campo do cinema. Havia um número relativamente escasso de produções nacionais, embora se intensificasse o regime de co-produção, a que Fernando Lopes também recorreu em 1993 para “O Fio do Horizonte”, adaptação duma obra de Antonio Tabucchi, escritor italiano muito ligado à cultura portuguesa.
Fernando Lopes voltou a obter o reconhecimento unânime da crítica, com a adaptação da obra emblemática de José Cardoso Pires “O Delfim”, retrato dum marialvismo localizado nos anos 1960, mas não completamente erradicado da sociedade portuguesa. Foi nomeado para o “Grande Prémio das Américas” no Festival Internacional de Montreal (2002).
Leccionou durante vários anos o Curso de Cinema da “Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa”.
3 comentários:
Faleceu hoje no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, vítima de cancro.
(03.05.2012)
Queria escrever 2 de Maio de 2912...
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