EFEMÉRIDE – Ettore Arco Isidoro Bugatti, industrial e inventor francês de origem italiana, um dos fundadores da indústria automóvel de luxo e de desporto, considerado um dos pioneiros do automóvel, nasceu em Milão no dia 15 de Setembro de 1881. Morreu em Paris, em 21 de Agosto de 1947.
Depois de estudar escultura na Academia de Belas Artes Brera em Milão, iniciou-se no manejo de bicicletas e triciclos. A família Bugatti era especialmente fascinada pela tecnologia e pela mecânica automobilística. Aos 17 anos, Ettore equipou um triciclo com um motor e logo de seguida outro triciclo com dois motores De-Dion. Quase no final do século, participou numa corrida com o seu primeiro veículo.
Em 1901, apresentou o primeiro automóvel feito por ele, numa exibição internacional em Milão. Construíra o veículo com a ajuda dos irmãos Gulinelli e recebeu o prémio T2 do Automobile Club de France. Devido a algumas dificuldades iniciais, entre elas a de não ter ainda 21 anos, o direito de produção de veículos foi contratado com a companhia Dietrich. Esta empresa não ficou porém satisfeita com o tempo que Ettore perdia para desenvolver e criar um carro de corrida, negligenciando a produção em massa. Ettore Bugatti passou então a trabalhar para Emil Mathis, desenvolvendo um novo automóvel com motor de quatro cilindros.
Como acontecera com a companhia Dietrich, o relacionamento com Emil Mathis teve o mesmo resultado. Não desmotivado pela nova rejeição, continuou a desenvolver os seus sonhos, projectando carros de corrida, então já sem nenhuma restrição de contratos. Em 1906, desenvolveu um automóvel com um motor de 50 hp. No ano seguinte, ofereceu-o à Deutz de Colónia, uma companhia que construía motores a gasolina. Nos tempos livres, trabalhava na cave do seu apartamento, desenvolvendo o seu primeiro Model 10 “Puro Sangue”.
Em 1909, com o apoio do banqueiro Vizcaya, abriu a sua própria empresa em Molsheim, na região da Alsácia, hoje em território francês, e conseguiu um empréstimo para construir dez automóveis e cinco motores de avião.
Os primeiros cinco automóveis foram construídos e vendidos em 1910. Ernst Friedrich, assistente de Ettore, começou a pilotar nas corridas desse mesmo ano, consolidando durante os anos seguintes o lendário sucesso dos Bugatti no desporto automóvel. Ganhou uma série de corridas em 1911 e surpreendeu tudo e todos com o 2º lugar no Grande Prémio da França, onde o Model 10 foi considerado o carro de corrida mais potente. No mesmo ano, assinou um contrato com a Peugeot para a produção do “Bebé Peugeot”, com um motor Bugatti Model 19, que foi um grande sucesso.
Durante a Primeira Guerra Mundial, desenvolveu motores de avião para os governos francês e americano. Com o dinheiro ganho nestes motores, conseguiu capital suficiente para prosseguir a sua actividade em Molsheim após o final da guerra. A produção foi ampliada e o número de empregados ultrapassou os mil.
Obteve o 1º, 2º, 3º e 4º lugares no Voiturettes Grand Prix, em Brescia. Esta formidável e convincente vitória imortalizou o pequeno Model 13. A partir dali, todos os motores de 16 válvulas construídos por Bugatti ficaram conhecidos por Brescia.
O modelo 29/30 foi o primeiro carro de corrida que ele equipou com 8 cilindros, adicionando travões hidráulicos e revolucionando com um chassi construído em forma de charuto. Este carro foi pilotado pela primeira vez em 1922 no ACF Grand Prix, terminando em segundo lugar.
Ettore Bugatti sonhava sempre com uma construção perfeita e o mais luxuosa possível. Com a introdução do “Royale” em 1926, realizou finalmente o seu sonho. Até hoje, o “Royale” é o mais expressivo automóvel de todos os tempos. O motor de 8 cilindros com 12,7 litros tem a potência de 300 hp. Infelizmente, este carro apareceu no ponto errado da história, pois o mundo mergulhava numa enorme crise. Apenas três destes magníficos carros foram vendidos.
Durante os difíceis anos de depressão económica, Ettore assinou um contrato para construir um novo e veloz comboio para o governo francês, o que veio mostrar que ele não era apenas um sonhador, mas também um óptimo homem de negócios. O único automóvel que continuava em produção no início de 1930, era o Model 57, que foi o seu último grande sucesso, com cerca de 750 unidades produzidas e vendidas.
O ano de 1936 mudou a vida de Bugatti para sempre. Os seus empregados decidiram iniciar uma greve por melhores salários e condições de trabalho. Ele, que sempre tinha tido um relacionamento especial com o pessoal, pagando altos salários e benefícios sociais, sentiu-se insultado pessoalmente pelos empregados e retirou-se da empresa.
No final da década de 1930, Ettore Bugatti encontrava-se em grandes dificuldades financeiras. A vitória de 1939 em Le Mans foi a sua última grande conquista. Em 11 de Agosto de 1939, o seu filho Jean morreu durante um teste com o mesmo carro que tinha ganho a corrida de Le Mans semanas atrás. Alguns dias depois, começou a Segunda Guerra Mundial.
Após o fim da guerra, vários esforços foram feitos para retomar a produção em Molsheim. A situação financeira tornou a produção impossível. Aos 65 anos, Ettore Bugatti morreu num hospital militar em Paris, de esgotamento devido a uma congestão cerebral. Ao longo da sua vida, registara um milhar de brevets e fabricara perto de 7 500 viaturas de grande luxo e de corrida, que entraram na lenda e se tornaram objectos de culto dos coleccionadores. É detentor de um palmarés desportivo nunca igualado, com mais de 10 000 vitórias e 37 recordes. A sua morte, a Segunda Guerra Mundial e as dificuldades económicas do pós-guerra levaram ao desaparecimento desta marca lendária.
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