EFEMÉRIDE – Mobutu Sese Seko Kuku Ngbendu wa Za Banga, presidente do Zaire (actual República Democrática do Congo) de 1965 a 1997, morreu em Rabat, Marrocos, no dia 7 de Setembro de 1997. Nascera em Lisala, ex Congo Belga, em 14 de Outubro de 1930. O seu nome de baptismo era Joseph-Désiré Mobutu. Com uma imagem marcada pelo uso de um barrete de pele de leopardo e de uma bengala, ficou para a história contemporânea como um dos mais poderosos governantes do continente africano.
Mobutu estudou numa escola católica e, em 1949, alistou-se no exército, como sargento da Força Pública congolesa. Envolveu-se depois na luta pela independência, que foi alcançada em 1960, exercendo então o cargo de Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Afastou-se da política, mas não da actividade militar, esfera em que foi consolidando a sua influência até que ela se tornou um incontornável poder no país. Decidiu-se por uma iniciativa militar, em 1965, que afastou o presidente e o primeiro-ministro, declarando-se seu herdeiro espiritual. Dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu a titularidade de todos os poderes (Legislativo, Executivo e Judicial) em regime de partido único, de tal forma que o seu nome se veio a confundir com o próprio Estado.
Perante a comunidade internacional, alegou ser o único garante da unidade de um país multiétnico e, apesar da sua política ditatorial, foi apoiado pelos países ocidentais, que não queriam ver instalado um regime comunista em tão importante região de África. Em 1971, mudou o nome do país, do importante rio internacional e da própria moeda para “Zaire”.
Mobutu governava assim um dos países mais ricos do continente (entre outras potencialidades económicas, merece destaque a exploração de metais e pedras preciosas), mas o seu povo vivia cada vez mais abaixo do limiar da pobreza. Em contra-partida, a fortuna pessoal de Mobutu, quase toda no estrangeiro, subia para índices estimados hoje em cerca de 7 biliões de dólares.
Em 1997, o regime de Mobutu chegou porém ao fim. Após 32 anos no poder, o “Grande Leopardo” (como era por vezes apelidado) viu-se obrigado a abandonar o país, deixando o lugar a Laurent-Désiré Kabila, que durante muitos anos lhe vinha movendo uma luta de guerrilha. Morreu meses depois, vítima de um cancro na próstata.
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