EFEMÉRIDE – Herculano Marcos Inglês de Sousa, professor, advogado, político, jornalista e escritor brasileiro, um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras, morreu no Rio de Janeiro em 6 de Setembro de 1918. Nascera em Óbidos, Brasil, no dia 28 de Dezembro de 1853.
Publicou dois romances em 1876, “O Cacaulista” e “História de um Pescador”, aos quais se seguiram mais dois, todos publicados sob o pseudónimo Luís Dolzani. Com António Carlos Ribeiro de Andrade e Silva, editou a partir de 1877 a “Revista Nacional”, uma publicação especializada em ciências, artes e letras.
Foi o introdutor do Naturalismo no Brasil. A principal característica da sua obra é o enfoque no homem amazónico, acima da paisagem e do exotismo da região. Tornou-se mais conhecido com “O Missionário” (1891) que, como toda a sua obra, revela a influência de Zola. Neste romance, descreve com fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará, revelando agudo espírito de observação, amor à natureza e fidelidade a cenas regionais.
Inglês de Sousa fez os primeiros estudos no Pará, no Maranhão e no Rio de Janeiro. Em 1870, foi para o Recife preparar o concurso para a entrada na Faculdade de Direito, que cursou de 1872 a 1875. Em 1876, partiu para São Paulo para completar o curso de Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, onde se licenciou.
Em 1878, quando morou na cidade de Santos, onde era jornalista no “Diário de Santos”, militou activamente no então Partido Liberal, em oposição ao Partido Conservador. Em Janeiro, o Partido Liberal alcançou o poder e Inglês de Sousa foi nomeado secretário da Relação de São Paulo.
Foi eleito deputado provincial (1880 a 1883), sendo nomeado presidente da província de Sergipe por carta imperial de Maio de 1881. No ano seguinte, foi indicado para presidente da província do Espírito Santo.
Fixou-se depois no Rio, como advogado, banqueiro, jornalista e professor de Direito Comercial e Marítimo na Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro.
A publicação de “Os Títulos ao Portador” assegurou-lhe projecção nacional e fez dele um jurisconsulto famoso e com prestígio, sendo nomeado para director da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro e presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros de 1907 a 1910. Foi convidado para organizar o novo “Código Comercial”, trabalho que apresentou onze meses depois de ter recebido o convite.
Foi sepultado no Cemitério São João Batista, com «um dos maiores acompanhamentos de que há memória», segundo escreveu o jornal “O País”.
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