terça-feira, 18 de outubro de 2016

18 DE OUTUBRO - TIBOR DÉRY

EFEMÉRIDETibor Déry, escritor, tradutor e guionista de cinema e televisão húngaro, nasceu em Budapeste no dia 18 de Outubro de 1894. Morreu na mesma cidade em 18 de Agosto de 1977.
Tendo por origem uma família abastada judaica, Déry completou os seus estudos entre 1911 e 1912, indo morar na Suíça. De volta à Hungria, trabalhou durante cinco anos numa empresa de madeiras de um tio. Em 1917, publicou uma novela (“Lia”) no jornal literário “Nyugat”.
Aderiu, na juventude, aos movimentos comunistas que apareceram na Europa após a Revolução Russa, tornando-se membro activo do Partido Comunista Húngaro em 1918. No ano seguinte, participou na tentativa de Béla Kun para estabelecer a República Soviética da Hungria. Devido à sua colaboração com o governo de Kun (que durou 133 dias), acabou por se exilar depois do almirante Miklós Horthy assumir o poder.
Déry partiu para Viena e ali passou a colaborar no “Bécsi Magyar Újság”, jornal húngaro de Viena. Posteriormente, partiu para França, ficando a residir em Paris, onde foi comerciante e professor de línguas. Voltou à Hungria clandestinamente, em 1926, publicando alguns artigos no jornal “Dokumentum”.
Antes de regressar definitivamente à Hungria em 1935, viveu em diversos países europeus como Áustria, França e Alemanha. Ao voltar, uniu-se a György Vertes, escrevendo e traduzindo artigos para o jornal comunista “Gondolat” (“Pensamento”).
Durante o governo de Horthy, foi preso inúmeras vezes. Numa delas, em 1938, foi condenado a dois meses de reclusão por ter traduzido “Retour de l'U.R.S.S.” de André Gide. Foi durante este período que escreveu o seu grande romance “Befejezetlen Mondat” (“Sentença Inacabada”), um épico de 1 200 páginas onde narra a vida de um jovem aristocrata que toma contacto com a classe operária de Budapeste durante uma greve.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Hungria tornou-se um Estado comunista sob influência de Moscovo. Em 1947, Tibor Déry passou a ser editor do jornal “Csillag” (“Estrela”). No ano seguinte, foi laureado com o Prémio Kossuth, o galardão de artes mais importante da Hungria.
No início dos anos 1950, foi criticado oficialmente pelo Estado, por «uma representação imprópria da classe operária», na qual – segundo as autoridades – «havia sinais da moral burguesa». Em 1953, foi expulso do Partido Comunista.
Em 1954, apoiou publicamente as reformas do novo primeiro-ministro Nagy Imre, publicando uma carta aberta. Foi um dos intelectuais que, em 1955, assinaram um memorando contra os efeitos do estalinismo nas políticas culturais.
Em 1956, foi porta-voz de uma rebelião, ao lado de Georg Lukács e Gyula Háy. No mesmo ano, escreveu uma das suas obras-primas, “Niki, Egy kutya története” (“Niki, a história de um cão), uma fábula em que critica a opressão e a repressão arbitrária promovida pelo «estalinismo húngaro». Por causa da participação na rebelião, foi sentenciado com 9 anos de prisão, sendo libertado em 1960, mas proibido de publicar os seus trabalhos até 1962. As autoridades culturais estavam dispostas a anular esta restrição se Déry se dispusesse a retratar-se. Foi o que ele fez, numa curta história intitulada “Extractos de conta”, incluída no primeiro volume dos seus trabalhos posteriores.
Escreveu, nos anos 1960 e 1970, diversas novelas e romances, além de guiões para filmes e para séries de TV. Traduziu para húngaro várias obras de Rudyard Kipling e de William Golding. Faleceu dois meses antes de completar 83 anos de idade. 

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