sábado, 14 de janeiro de 2017

14 DE JANEIRO - CASSIANO RICARDO

EFEMÉRIDECassiano Ricardo Leite, jornalista, ensaísta e poeta brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 14 de Janeiro de 1974. Nascera em São José dos Campos, São Paulo, no dia 26 de Julho de 1894.
Representante do “modernismo de tendências nacionalistas”, esteve associado aos Grupos Verde-Amarelo e da Anta, sendo co-fundador do Grupo da Bandeira, reacção de cunho social-democrata àqueles grupos. A sua obra foi-se transformando ao longo da carreira, evoluindo formalmente de acordo com as novas tendências dos anos 1950 e participando no “movimento da poesia concreta”. Pertenceu às Academias Paulista e Brasileira de Letras.
Aos 16 anos, publicou o seu primeiro livro de poemas – “Dentro da noite”. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro, em 1917. Rumou depois para São Paulo, onde trabalhou como jornalista em diversas publicações e chegou a fundar alguns jornais. Aproximou-se de Menotti Del Picchia e de Plínio Salgado, na época da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 1924, fundou “A Novíssima”, uma revista modernista. Em 1928, publicou “Martim Cererê”, dentro da mesma linha.
Afastou-se das ideias de Plínio Salgado e fundou, com Menotti Del Picchia, o Grupo político da Bandeira (1937). Neste mesmo ano, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo o segundo modernista aceite na instituição.
Em 1950, foi eleito presidente do Clube da Poesia de São Paulo e, entre 1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris, vindo a ocupar outros cargos públicos nos anos seguintes.
A sua obra passou por diversos momentos. Inicialmente, apresentou-se ligada ao Parnasianismo e ao Simbolismo. Com a fase Modernista, explorou temas nacionalistas e – depois – restringiu-se mais, louvando a epopeia bandeirante e detendo-se em temas intimistas e próximos da realidade observável.
A partir da década de 1950, já no período das tendências que têm sido chamadas por alguns críticos de “segunda vanguarda”, aproximou-se do grupo concretista das revistas “Planalto” e “Invenção”, mostrando claramente o seu espírito, desde sempre, vanguardista.
Em “Jeremias sem chorar” de 1964, Cassiano Ricardo mostra a sua grande capacidade em se reciclar, produzindo poemas tipográficos e visuais, sempre utilizando as possibilidades espaciais da página escrita e sem perder as suas próprias características. Cassiano Ricardo declarou que o verde-amarelismo tendo resultado no Integralismo, não havia mais nada a dizer a este respeito. Foi a causa do seu afastamento.
Na época em que foi um dos editores da revista concretistaInvenção”, sofreu uma certa rejeição do grupo, pela sua oposição, no passado, a Oswald de Andrade. Além disso, Cassiano, em função das diferenças de fundo entre a poesia concreta e a sua, considerava «radicais demais» os poetas concretistas. Estes desacordos levaram-no a afastar-se do grupo. Faleceu no Rio de Janeiro aos 79 anos de idade.

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