quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

21 DE FEVEREIRO - COELHO NETTO


EFEMÉRIDE - Henrique Maximiano Coelho Netto, escritor (cronista, folclorista, romancista, crítico e teatrólogo), político e professor brasileiro, nasceu em Caxias no dia 21 de Fevereiro de 1864. Morreu no Rio de Janeiro em 28 de Novembro de 1934.
Foi considerado o Príncipe dos Prosadores Brasileiros, numa votação realizada em 1928 pela revista “O Malho”. Apesar disto, foi muito combatido pelos modernistas, sendo pouco lido desde então, vivendo num verdadeiro ostracismo intelectual e literário.
Era filho do português António da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre Coelho, que se mudaram do Maranhão para o Rio de Janeiro, quando ele contava apenas seis anos de idade.
Estudou no Colégio Pedro II, onde fez os cursos preparatórios, ingressando depois na Faculdade de Medicina, que abandonou em seguida, matriculando-se em 1883 na Faculdade de Direito de São Paulo.
No curso jurídico, Coelho Netto expandiu as suas revoltas, logo se envolvendo num movimento de alunos contra um professor e, para evitar represálias, transferiu-se para a Faculdade do Recife, onde concluiu o 1º ano.
Voltou para São Paulo e - de imediato - participou em movimentos abolicionistas e republicanos, entrando em choque com os professores e não chegando a concluir o curso.
Sem se formar, voltou em 1885 para o Rio, onde - ao lado de escritores como Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney - formou um grupo cujas experiências viria a retratar no romance “A Conquista”, de 1899.
Activo na campanha pela extinção da escravatura, aliou-se a José do Patrocínio. Foi colaborador do jornal “Gazeta da Tarde” e, depois, secretário de “A Cidade do Rio”, numa época em que iniciou a publicação dos seus textos literários.
Casou-se, em 1890, com Maria Gabriela Brandão, com quem teve catorze filhos. Neste mesmo ano, foi nomeado secretário de Governo do Estado e, em 1891, ocupou a direcção de Negócios do Estado.
Em 1892, foi nomeado para o magistério de História da Arte, na Escola Nacional de Belas Artes. Depois, leccionou Literatura no Colégio Pedro II. Foi nomeado, em 1910, para as cátedras de História do Teatro e Literatura Dramática, na Escola de Arte Dramática do Rio, da qual foi mais tarde director.
Na política, tornou-se deputado federal pelo estado natal, em 1909, sendo reeleito em 1917. Ocupou ainda diversos cargos e integrou diversas instituições culturais.
Em 1923, converteu-se ao Espiritismo, proferindo um discurso no Salão da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, sobre esta sua adesão. Acerca do assunto, o “Jornal do Brasil” publicou uma entrevista com o escritor (1923), anteriormente adversário do Espiritismo, e que a ele se converteu após ter participado, no seu escritório, numa conversa ao telefone entre a sua neta, falecida com tenra idade, e a mãe dela.
A sua vida divide-se, assim, em três fases distintas: a primeira, aquela em que procurou afirmar-se como escritor; a segunda, quando integrou o movimento pela Academia, participando na política e obtendo reconhecimento e consagração; e - finalmente - a terceira fase, na qual sofreu os ataques dos modernistas e afrontou o consequente esquecimento.
Coelho Netto esteve ao lado de Lúcio de Mendonça, idealizador da Academia Brasileira, nas primeiras reuniões que trataram da criação desta entidade literária, realizadas nos dois últimos meses de 1896. Foi eleito como seu presidente (o segundo) no ano de 1926.
Em 1928, Coelho Netto, que havia sido sempre hostilizado por Oswald de Andrade, emitiu um parecer em que conferia ao escritor uma Menção Honrosa no Concurso de Romance da ABL; Isto, apesar de ele participar no movimento modernista, que era publicamente anti academicista.
Durante muitos anos, Coelho Neto foi o autor mais lido do Brasil. Ele assinava os seus trabalhos com o seu próprio nome e também escrevia sob inúmeros pseudónimos. A sua fecunda produção valeu-lhe a crítica de ser um «fabricante de romances».
Actualmente, o autor não é muito conhecido pelo grande público. É sobretudo conhecido pelos estudiosos da área literária. O seu actual quase anonimato deve-se ao facto do seu nome, as suas obras e a sua história, estarem ausentes da maioria dos livros didácticos e das listas de livros exigidos ou aconselhados nas escolas brasileiras.
Em São Luís, ele é um dos bustos da Praça do Pantheon, onde são homenageados importantes escritores e intelectuais maranhenses.

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