EFEMÉRIDE - Jânio da Silva Quadros, 17º Presidente do Brasil, faleceu em São Paulo, no dia 16 de Fevereiro de 1992. Nascera em Campo Grande, Mato Grosso, em 25 de Janeiro de 1917. O seu mandato ocorreu entre 31 de Janeiro e 25 de Agosto de 1961, data em que pediu a demissão, alegando que “força terríveis” o obrigavam a renunciar.
Era formado em Direito e professor de língua portuguesa. Mais tarde leccionou igualmente Direito Processual Penal.
Foi vereador da Câmara Municipal da cidade de São Paulo, entre 1948 e 1950, tendo-se salientado como autor de um grande número de propostas, de projectos de lei e de discursos, que tinham em vista a defesa dos trabalhadores. Foi deputado estadual de 1951 a 53 e, seguidamente, eleito Prefeito de São Paulo, cargo que abandonou dois anos depois, para concorrer (e ganhar) a eleição para Governador, cargo que ocupou de 1954 a 59 e durante o qual tentou moralizar a administração pública e combater a corrupção.
A Presidência da República seria o passo seguinte. Preparou a sua candidatura, utilizando como lema de campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção". Ganhou ao Marechal Henrique Lott, por mais de dois milhões de votos. O sucesso de Jânio Quadros era surpreendente, pois não ganhara o poder com uma revolução, não era rico, não fazia parte de nenhum clã, não tinha padrinhos nem era dono de jornal, não estava ligado a grupos económicos e não era subserviente face à América e muito menos face à URSS. O segredo estaria em que ele, embora conservador, tinha sabido apresentar-se com um programa revolucionário e credível. Entre outras coisas, prometia a modernidade e o fim da inflação, e tudo em democracia.
Foi o primeiro presidente a tomar posse em Brasília. Estabeleceu relações com todos os países, nomeadamente socialistas e africanos, e reaproximou-se da URSS e da China. Nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil, defendeu a política de autodeterminação dos povos e condenou a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba. Criou as primeiras reservas indígenas, entre as quais o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros parques ecológicos nacionais. Enviou ao Congresso a pioneira proposta de lei da Reforma Agrária. A sua política, porém, ora desagradava ao grande Capital e aos Estados Unidos, ora desagradava aos trabalhadores. Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, num discurso em 24 de Agosto de 1961, transmitido pela rádio e pela televisão, denunciou um suposto golpe de estado da parte do Presidente. Na tarde de 25 de Agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou a sua renúncia, que foi prontamente aceite pelo Congresso Nacional, o que talvez ele não esperasse.
Com o golpe militar de 1964, perdeu todos os direitos políticos e, quatro anos mais tarde, ao fazer um discurso - considerado subversivo - foi detido em Corumbá e encarcerado durante seis meses. A partir de 1974, tentou voltar à vida política, mas só em 1985 conseguiu ser eleito Prefeito de São Paulo, surpreendendo mais uma vez. No seu mandato, que durou até ao primeiro dia de 1989, repetiu diversas práticas populistas e secundárias. Doente, afastou-se da vida política, tendo morrido três anos mais tarde, já em estado vegetativo, após três derrames cerebrais.
Era formado em Direito e professor de língua portuguesa. Mais tarde leccionou igualmente Direito Processual Penal.
Foi vereador da Câmara Municipal da cidade de São Paulo, entre 1948 e 1950, tendo-se salientado como autor de um grande número de propostas, de projectos de lei e de discursos, que tinham em vista a defesa dos trabalhadores. Foi deputado estadual de 1951 a 53 e, seguidamente, eleito Prefeito de São Paulo, cargo que abandonou dois anos depois, para concorrer (e ganhar) a eleição para Governador, cargo que ocupou de 1954 a 59 e durante o qual tentou moralizar a administração pública e combater a corrupção.
A Presidência da República seria o passo seguinte. Preparou a sua candidatura, utilizando como lema de campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção". Ganhou ao Marechal Henrique Lott, por mais de dois milhões de votos. O sucesso de Jânio Quadros era surpreendente, pois não ganhara o poder com uma revolução, não era rico, não fazia parte de nenhum clã, não tinha padrinhos nem era dono de jornal, não estava ligado a grupos económicos e não era subserviente face à América e muito menos face à URSS. O segredo estaria em que ele, embora conservador, tinha sabido apresentar-se com um programa revolucionário e credível. Entre outras coisas, prometia a modernidade e o fim da inflação, e tudo em democracia.
Foi o primeiro presidente a tomar posse em Brasília. Estabeleceu relações com todos os países, nomeadamente socialistas e africanos, e reaproximou-se da URSS e da China. Nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil, defendeu a política de autodeterminação dos povos e condenou a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba. Criou as primeiras reservas indígenas, entre as quais o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros parques ecológicos nacionais. Enviou ao Congresso a pioneira proposta de lei da Reforma Agrária. A sua política, porém, ora desagradava ao grande Capital e aos Estados Unidos, ora desagradava aos trabalhadores. Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, num discurso em 24 de Agosto de 1961, transmitido pela rádio e pela televisão, denunciou um suposto golpe de estado da parte do Presidente. Na tarde de 25 de Agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou a sua renúncia, que foi prontamente aceite pelo Congresso Nacional, o que talvez ele não esperasse.
Com o golpe militar de 1964, perdeu todos os direitos políticos e, quatro anos mais tarde, ao fazer um discurso - considerado subversivo - foi detido em Corumbá e encarcerado durante seis meses. A partir de 1974, tentou voltar à vida política, mas só em 1985 conseguiu ser eleito Prefeito de São Paulo, surpreendendo mais uma vez. No seu mandato, que durou até ao primeiro dia de 1989, repetiu diversas práticas populistas e secundárias. Doente, afastou-se da vida política, tendo morrido três anos mais tarde, já em estado vegetativo, após três derrames cerebrais.
Sem comentários:
Enviar um comentário