terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, professor, ficcionista, poeta, cronista, ensaísta, biógrafo, historiador, jornalista, investigador, filólogo e comunicador televisivo português, morreu em Lisboa, no dia 20 de Fevereiro de 1978. Nascera na ilha Terceira, nos Açores, em 19 de Dezembro de 1901.
A sua vida escolar foi um pouco atribulada. Sentia-se incompreendido e, dessa época, apenas guardava como boa recordação a figura dum professor de história que o introduziu na vida literária. Concluiu o Curso Liceal na cidade da Horta em 1918. Ainda bastante novo, adolescente, já participava em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas. A Horta possuía naquela época, final da I Guerra Mundial, um movimento marítimo intenso e uma grande animação nocturna, o que muito contribuiu para que Vitorino Nemésio viesse a escrever o livro que mais o notabilizou - Mau Tempo no Canal, obra-prima da literatura portuguesa, galardoada com o Prémio Ricardo Malheiros.
Em 1919, começou o seu serviço militar, como voluntário, deslocando-se pela primeira vez ao continente. Inscreveu-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, mais tarde, mudou para Filologia Românica, na Faculdade de Letras. Em 1923, deslocou-se a Espanha com o Orfeão Académico e aí conheceu Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol, com quem trocou correspondência mais tarde. Contrariamente ao que acontecera no liceu, na faculdade obteve altas classificações. Começou a leccionar, primeiro literatura italiana e mais tarde literatura espanhola.
Entre 1937 e 1939 foi ensinar na Universidade Livre de Bruxelas, regressando depois à Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958, leccionou no Brasil e, em 1971, proferiu a sua última lição em Lisboa. Foi ainda autor e apresentador de um programa televisivo (“Se bem me lembro”) que ainda hoje é recordado.
Nemésio é considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido o Prémio Nacional de Literatura em 1965 e o Prémio Montaigne em 1974.
Quando morreu, o seu desejo foi respeitado - Quando o corpo desceu à terra, em Coimbra, os sinos tocaram a Aleluia, em vez do dobre a finados, como é habitual.

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