EFEMÉRIDE - Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, professor, ficcionista, poeta, cronista, ensaísta, biógrafo, historiador, jornalista, investigador, filólogo e comunicador televisivo português, morreu em Lisboa, no dia 20 de Fevereiro de 1978. Nascera na ilha Terceira, nos Açores, em 19 de Dezembro de 1901.A sua vida escolar foi um pouco atribulada. Sentia-se incompreendido e, dessa época, apenas guardava como boa recordação a figura dum professor de história que o introduziu na vida literária. Concluiu o Curso Liceal na cidade da Horta em 1918. Ainda bastante novo, adolescente, já participava em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas. A Horta possuía naquela época, final da I Guerra Mundial, um movimento marítimo intenso e uma grande animação nocturna, o que muito contribuiu para que Vitorino Nemésio viesse a escrever o livro que mais o notabilizou - Mau Tempo no Canal, obra-prima da literatura portuguesa, galardoada com o Prémio Ricardo Malheiros.
Em 1919, começou o seu serviço militar, como voluntário, deslocando-se pela primeira vez ao continente. Inscreveu-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, mais tarde, mudou para Filologia Românica, na Faculdade de Letras. Em 1923, deslocou-se a Espanha com o Orfeão Académico e aí conheceu Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol, com quem trocou correspondência mais tarde. Contrariamente ao que acontecera no liceu, na faculdade obteve altas classificações. Começou a leccionar, primeiro literatura italiana e mais tarde literatura espanhola.
Entre 1937 e 1939 foi ensinar na Universidade Livre de Bruxelas, regressando depois à Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958, leccionou no Brasil e, em 1971, proferiu a sua última lição em Lisboa. Foi ainda autor e apresentador de um programa televisivo (“Se bem me lembro”) que ainda hoje é recordado.
Nemésio é considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido o Prémio Nacional de Literatura em 1965 e o Prémio Montaigne em 1974.
Quando morreu, o seu desejo foi respeitado - Quando o corpo desceu à terra, em Coimbra, os sinos tocaram a Aleluia, em vez do dobre a finados, como é habitual.

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