quinta-feira, 22 de novembro de 2007

BAÚ DE RECORDAÇÕES – A revista “Afrique Asie” de 11/24 de Dezembro de 1972 dedicou seis páginas às colónias portuguesas em África. Nela se podia ler: “Portugal isolado”, “Uma vitória dos povos africanos”, “Doenças venéreas em Angola”, etc. Os aliados do Atlântico tinham abandonado o seu protegido. O Conselho de Segurança da ONU aprovara por unanimidade uma resolução, pedindo a Lisboa para iniciar negociações com as partes em conflito, afim de parar os confrontos armados. Amílcar Cabral (PAIGC) e Marcelino Santos (FRELIMO) assistiram a um debate nas Nações Unidas. Portugal era uma ameaça para a Tanzânia: Kaúlza de Arriaga (sogro de Santana Lopes) e Jorge Jardim (pai de Cinha Jardim) estudariam a hipótese de instalar um presidente fantoche neste país. Em Angola, os negros eram recrutados à força, para trabalhar em fábricas de conservas na costa sul. Como alimentação era-lhes dada uma chávena de milho, feijão e peixe seco. Doenças e baixa de produtividade significavam suspensão de parte da ração alimentar. Segundo as autoridades coloniais, «se mais tarde é preciso gastar dinheiro para os matar, mais vale a pena que comecem a morrer já». Este o país que tínhamos!

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