EFEMÉRIDE – Adolfo Ferreira Caminha, escritor brasileiro, um dos principais representantes do Naturalismo no Brasil, faleceu no Rio de Janeiro em 1 de Janeiro de 1897. Nascera em Aracati, no Ceará, em 29 de Maio de 1867. Utilizou em alguns dos seus escritos o pseudónimo “Félix Guanabarino”.
Foi viver com a família para o Rio de Janeiro ainda na infância. Em 1883 entrou para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente em 1887. Em 1888 transferiu-se para Fortaleza e apaixonou-se pela esposa de um alferes, que abandonou o marido para viver com Adolfo, com quem viria a ter dois filhos. Na sequência do escândalo, deixou a Marinha em 1890 e passou a trabalhar como funcionário público.
A sua primeira obra publicada foi “Voos Incertos” (1886), um livro de poesia. Em 1887 escreveu “Judite” e “Lágrimas de um crente”, livros de contos. Em 1891, publicou “A Normalista”, romance em que traça um quadro muito pessimista da vida citadina. Usando as experiências e observações de uma viagem de instrução que fizera aos Estados Unidos em 1886, escreveu “No País dos Ianques” (1894). No ano seguinte publicou um livro muito ousado para a época: “Bom Crioulo” que aborda a questão da homossexualidade.
Colaborou também na imprensa carioca (Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio) e fundou em 1896 o semanário “Nova Revista”. Já tuberculoso, lançou o seu último romance (“Tentação”) em 1896. Morreu no primeiro dia de 1897 com 29 anos. Deixou dois romances inacabados: “Ângelo” e “O emigrado”.
A sua obra é densa e trágica, repleta de descrições de perversões e de crimes. Pouco apreciada na sua época, é hoje reconhecida pela sua audácia face a diversos preconceitos.
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