quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

EFEMÉRIDEKobo Abe, pseudónimo de Kimifusa Abe, romancista e dramaturgo japonês, faleceu em Tóquio no dia 22 de Janeiro de 1993. Nascera igualmente na capital japonesa, em 7 de Março de 1924.
Foi um dos líderes do vanguardismo japonês. O seu conhecimento da literatura ocidental, do existencialismo, do surrealismo e do marxismo, moldaram a sua posição perante os problemas do Japão no período pós-guerra.
Entre os seus livros destacam-se o romance “Mulher Nas Dunas” (1962) e algumas pequenas peças de teatro, como “O Homem que se Transformou num Pau” (1969).
Passou a infância e a adolescência na região de Manchukuo, actual Manchúria, então ocupada pelos japoneses e onde o pai exercia medicina. A distância do seu país natal justifica o não ter desenvolvido laços tão fortes com a cultura japonesa como outros escritores nipónicos seus contemporâneos. O jovem Kobo Abe interessou-se sobretudo pela matemática e pela filosofia ocidental, sobretudo de Nietzsche e Heidegger.
Voltou ao Japão em 1941, em plena guerra, ingressando dois anos depois na Universidade de Tóquio para estudar Medicina. Considerado inapto para o serviço militar devido a problemas respiratórios, regressou à Manchúria e, após a derrota do Japão, foi repatriado juntamente com as tropas que se retiraram da China. Retomou o seu curso universitário, mas a experiência da guerra alterou-lhe a vocação, preferindo dar início a uma carreira de escritor.
A sua primeira obra, uma recolha de poemas intitulada “Poemas de um Poeta Desconhecido”, que tinha escrito em 1943, foi publicada em edição do autor em 1947. Ganhou notoriedade em 1948, com a publicação do romance “O Sinal no Fim da Rua”. O seu modo de escrever “experimentalista” foi bem acolhido sobretudo pelas gerações mais novas. Recebeu vários prémios, entre eles o “Prémio Akutagawa”, o mais prestigiado prémio literário do Japão.
Em 1959, publicou “Quarta Era Glaciar Intermédia”, um romance complexo, cuja acção decorre no futuro, num Japão ameaçado pelo degelo dos pólos e cujas personagens se vão deparando com situações surrealistas. O seu romance “Mulher Nas Dunas” foi adaptado ao cinema em 1964 sob o título “A Face de Outro”.
Muitas das suas obras foram ilustradas por sua esposa Machi. Militante comunista de 1945 a 1962, Kobo Abe participou nesses anos num grupo de Literatura Popular, organizou um “Círculo Literário” num bairro fabril e publicou inúmeras revistas.
Dedicando-se também ao teatro, Kobo Abe tornou-se, na década de 1970, um dramaturgo de forte reputação. Tinha igualmente uma companhia de teatro que fez digressões pelos Estados Unidos, chegando a actuar em Nova Iorque.

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