EFEMÉRIDE – Duarte Pacheco, engenheiro, presidente de câmara e ministro português, nasceu em Loulé no dia 19 de Abril de 1899. Morreu em Setúbal, na sequência de um desastre de automóvel, em 16 de Novembro de 1943.
Em 1923 formou-se, com 19 valores, em Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde foi depois professor de matemática e director.
No ano de 1928, sob sua orientação, deu-se início à construção dos novos edifícios do Instituto Superior Técnico, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro Campus Universitário português. Nesse mesmo ano, Duarte Pacheco tornou-se Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sendo depois convidado para Ministro, passando a ocupar a pasta da Instrução Pública.
Mais tarde, abandonou as funções ministeriais e regressou ao I.S.T., onde permaneceu até 1932, altura em que voltou a ser convidado para o governo por Salazar, assumindo então a pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Em 1933 iniciou uma profunda modernização dos serviços dos Correios e Telecomunicações por todo o país. Nesse mesmo ano, nomeou uma Comissão Técnica para estudar e elaborar um plano que pudesse levar à construção de uma ponte sobre o rio Tejo, ligando Lisboa, pela zona do Beato, até ao Montijo. Chegou mesmo, no ano de 1934, a propor a construção de uma ponte rodo-ferroviária, em Conselho de Ministros.
Em 1936 foi afastado do Governo e regressou ao I.S.T.. Dois anos depois assumiu de novo a presidência da Câmara Municipal de Lisboa para, mais tarde, voltar a ser nomeado Ministro das Obras Públicas e Comunicações.
Foi autor de projectos dos "Bairros Sociais" de Alvalade, Encarnação, Madre de Deus e Caselas, em Lisboa. Mandou construir a primeira auto-estrada Lisboa -Vila Franca de Xira, pioneira da A1, e projectou a actual Avenida de Roma, em Lisboa, da forma como ainda hoje permanece, do ponto de vista imobiliário.
Ao longo da sua carreira, quer como professor ou estadista, Duarte Pacheco promoveu e revolucionou o sistema rodoviário de Portugal, mandando executar também inúmeras construções de obras públicas, tais como a marginal Lisboa - Cascais, o Estádio Nacional e a Fonte Luminosa, em Lisboa. Foi sua criação igualmente o Parque de Monsanto e contribuiu para a construção do Aeroporto de Lisboa.
Era hábil, forte e audaz a fintar os constrangimentos e os esquemas asfixiantes do regime, conseguindo revolucionar e modernizar o País em diversas áreas, em contradição com a época ditatorial e arcaica em que viveu.
Foram publicados dois livros sobre a sua vida e a sua obra no cinquentenário do seu falecimento (1993).
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