EFEMÉRIDE – Bartolomeu Lourenço de Gusmão, sacerdote, cientista e inventor luso-brasileiro, morreu em Toledo no dia 18 de Novembro de 1724. Nascera em Santos, em 1685, sendo baptizado em 19 de Dezembro desse mesmo ano. Ficou famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional, sendo por isso considerado uma das grandes figuras da história da aeronáutica mundial.
Cursou as primeiras letras provavelmente na Capitania de São Vicente, no Colégio São Miguel, então o único estabelecimento educacional da região. Prosseguiu os estudos na Capitania da Bahia, ingressando depois no Seminário de Belém, em Cachoeira, onde teria dado início à carreira de inventor.
Terminado o curso no Seminário de Belém em 1699, Bartolomeu transferiu-se para Salvador, a capital do Brasil naquela época, entrando na Companhia de Jesus, de onde saiu antes de se formar jesuíta, em 1701. Viajou depois até Portugal.
Em 1702 Bartolomeu voltou ao Brasil e deu início ao processo da sua ordenação sacerdotal. Três anos depois, pediu patente à Câmara da Bahia para um «invento que faz subir água a toda a distância e altura que se quiser levar».
Em 1708, já ordenado padre, Bartolomeu embarcou mais uma vez para Portugal, onde se matriculou na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra. Passados alguns meses, abandonou a faculdade para se instalar em Lisboa, onde foi recebido com agrado pelo Rei Dom João V.
Na capital portuguesa, o padre Bartolomeu Lourenço pediu patente para um «instrumento para se andar pelo ar» – que se revelaria ser, mais tarde, o que hoje se conhece por “aeróstato” ou “balão”. A notícia rapidamente se espalhou por alguns reinos europeus.
O invento foi divulgado em estampas fantasiosas que, em geral, o retratavam como uma barca com formato de pássaro e que por isso ficaria conhecido como “Passarola”. As primeiras ilustrações da Passarola haviam sido na verdade elaboradas pelo filho do 3º Marquês de Fontes, que contava 14 anos, com a conivência de Bartolomeu. Era seu aluno de matemática e a única pessoa à qual ele permitia livre acesso ao recinto em que o engenho voador era guardado. Como o rapaz vivesse assediado por curiosos, que constantemente lhe faziam indagações acerca da invenção, resolveu, para parar de ser importunado, elaborar o exótico desenho da Passarola, em que tudo era propositadamente falseado. Para preservar também o verdadeiro princípio da invenção - o Princípio de Arquimedes - atribuiu a ascensão da engenhoca ao magnetismo, a resposta de então para quase todos os mistérios científicos. Esperava dessa maneira melhor proteger o segredo e ludibriar os bisbilhoteiros. Comunicou o plano a Bartolomeu, que o aprovou e fingiu deixar o desenho escapar por descuido.
Finalmente, Bartolomeu Lourenço fez, perante a corte portuguesa, cinco experiências com balões de pequenas dimensões por ele construídos. Em Outubro de 1709, fez uma nova demonstração do invento. O aparelho utilizado era maior que os anteriores, mas ainda incapaz de carregar um homem. A experiência teve êxito absoluto: o aeróstato subiu alto, flutuou durante um certo tempo e pousou suavemente.
Lamentavelmente, todas estas experiências, embora assistidas por ilustres personalidades da sociedade portuguesa da época, não foram suficientes para a popularidade do invento. Os pequenos balões exibidos, além de não terem sido encarados como inovação importante ou útil, por serem desprovidos de qualquer tipo de controlo, foram considerados perigosos, pois poderiam provocar incêndios. Estes factores não estimularam a construção de um modelo grande e tripulável.
Entre 1713 e 1716 Bartolomeu viajou pela Europa. Em 1713 registou na Holanda o invento de uma «máquina para a drenagem da água alagadora das embarcações de alto mar», patente que só veio a público em 2004.
Viveu em Paris, trabalhando como ervanário para se sustentar. Voltou a Portugal, mas foi vítima de uma insidiosa campanha de difamação. Acusado pela Inquisição de simpatizar com os cristãos-novos, foi obrigado a fugir para Espanha.
Ao passar pela cidade de Toledo (Espanha), adoeceu e veio a falecer. Foram feitas ao longo de décadas várias tentativas para localizar o seu túmulo, o que só aconteceu em 1856. Parte das suas ossadas foi transportada para o Brasil, encontrando-se desde 2004 na Catedral Metropolitana de São Paulo.
Cursou as primeiras letras provavelmente na Capitania de São Vicente, no Colégio São Miguel, então o único estabelecimento educacional da região. Prosseguiu os estudos na Capitania da Bahia, ingressando depois no Seminário de Belém, em Cachoeira, onde teria dado início à carreira de inventor.
Terminado o curso no Seminário de Belém em 1699, Bartolomeu transferiu-se para Salvador, a capital do Brasil naquela época, entrando na Companhia de Jesus, de onde saiu antes de se formar jesuíta, em 1701. Viajou depois até Portugal.
Em 1702 Bartolomeu voltou ao Brasil e deu início ao processo da sua ordenação sacerdotal. Três anos depois, pediu patente à Câmara da Bahia para um «invento que faz subir água a toda a distância e altura que se quiser levar».
Em 1708, já ordenado padre, Bartolomeu embarcou mais uma vez para Portugal, onde se matriculou na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra. Passados alguns meses, abandonou a faculdade para se instalar em Lisboa, onde foi recebido com agrado pelo Rei Dom João V.
Na capital portuguesa, o padre Bartolomeu Lourenço pediu patente para um «instrumento para se andar pelo ar» – que se revelaria ser, mais tarde, o que hoje se conhece por “aeróstato” ou “balão”. A notícia rapidamente se espalhou por alguns reinos europeus.
O invento foi divulgado em estampas fantasiosas que, em geral, o retratavam como uma barca com formato de pássaro e que por isso ficaria conhecido como “Passarola”. As primeiras ilustrações da Passarola haviam sido na verdade elaboradas pelo filho do 3º Marquês de Fontes, que contava 14 anos, com a conivência de Bartolomeu. Era seu aluno de matemática e a única pessoa à qual ele permitia livre acesso ao recinto em que o engenho voador era guardado. Como o rapaz vivesse assediado por curiosos, que constantemente lhe faziam indagações acerca da invenção, resolveu, para parar de ser importunado, elaborar o exótico desenho da Passarola, em que tudo era propositadamente falseado. Para preservar também o verdadeiro princípio da invenção - o Princípio de Arquimedes - atribuiu a ascensão da engenhoca ao magnetismo, a resposta de então para quase todos os mistérios científicos. Esperava dessa maneira melhor proteger o segredo e ludibriar os bisbilhoteiros. Comunicou o plano a Bartolomeu, que o aprovou e fingiu deixar o desenho escapar por descuido.
Finalmente, Bartolomeu Lourenço fez, perante a corte portuguesa, cinco experiências com balões de pequenas dimensões por ele construídos. Em Outubro de 1709, fez uma nova demonstração do invento. O aparelho utilizado era maior que os anteriores, mas ainda incapaz de carregar um homem. A experiência teve êxito absoluto: o aeróstato subiu alto, flutuou durante um certo tempo e pousou suavemente.
Lamentavelmente, todas estas experiências, embora assistidas por ilustres personalidades da sociedade portuguesa da época, não foram suficientes para a popularidade do invento. Os pequenos balões exibidos, além de não terem sido encarados como inovação importante ou útil, por serem desprovidos de qualquer tipo de controlo, foram considerados perigosos, pois poderiam provocar incêndios. Estes factores não estimularam a construção de um modelo grande e tripulável.
Entre 1713 e 1716 Bartolomeu viajou pela Europa. Em 1713 registou na Holanda o invento de uma «máquina para a drenagem da água alagadora das embarcações de alto mar», patente que só veio a público em 2004.
Viveu em Paris, trabalhando como ervanário para se sustentar. Voltou a Portugal, mas foi vítima de uma insidiosa campanha de difamação. Acusado pela Inquisição de simpatizar com os cristãos-novos, foi obrigado a fugir para Espanha.
Ao passar pela cidade de Toledo (Espanha), adoeceu e veio a falecer. Foram feitas ao longo de décadas várias tentativas para localizar o seu túmulo, o que só aconteceu em 1856. Parte das suas ossadas foi transportada para o Brasil, encontrando-se desde 2004 na Catedral Metropolitana de São Paulo.
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