EFEMÉRIDE – Gao Xingjian, novelista, dramaturgo e crítico literário francês de origem chinesa, nasceu em Ganzhou no dia 4 de Janeiro de 1940. É igualmente tradutor, sobretudo das obras de Samuel Beckett e Eugène Ionesco, além de se dedicar à pintura. Naturalizou-se francês em 1997.
Foi agraciado com o Nobel de Literatura em 2000, graças a «uma obra de valor universal, de uma lucidez amarga e uma ingenuidade linguística que abriram novos caminhos para o romance e o teatro chineses».
O pai era banqueiro e a mãe actriz amadora. Foi ela que fez despertar o interesse do filho pelas artes, pelo teatro e pela escrita. Recebeu a formação base em escolas da República Popular da China, diplomando-se em Francês no Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim (1962). Começou a traduzir em mandarim autores como Ionesco e Prévert, dando a descobrir aos seus compatriotas os temas e a estética da literatura ocidental contemporânea.
Quando da Revolução Cultural Chinesa, foi enviado durante seis anos para um “campo de reeducação”, vendo-se forçado a queimar uma mala onde tinha dissimulado vários manuscritos. Só foi autorizado a deixar o país depois da morte de Mao em 1979, tendo visitado então a Itália e a França.
Entre 1980 e 1987 publicou novelas, ensaios e peças de teatro, mas o seu “vanguardismo” e a sua liberdade de pensamento não eram do agrado das autoridades chinesas. As teorias literárias, expostas no “Primeiro Ensaio sobre a Arte do Romance” (1981), iam deliberadamente contra os dogmas do Estado e do realismo revolucionário apregoado pelo regime.
Vários dos seus espectáculos experimentais, influenciados por Brecht, Artaud e Beckett, foram representados no Teatro Popular de Pequim, encontrando largo eco junto do público. A peça “Paragem de bus” (1983), virulenta sátira da sociedade de Pequim, foi criticada com violência e as suas obras começaram obviamente a confrontar-se com a censura.
Em 1985, “O Homem Selvagem” foi objecto de uma grande polémica suscitando mesmo o interesse da opinião internacional. No ano seguinte, a representação de “A Outra Margem” foi proibida. Para evitar represálias, Gao começou um périplo pela província de Sichuan, descendo o rio Yang Tsé Kiang até ao mar. Em 1987 viu-se obrigado ao exílio, sendo desde então considerado “persona non grata” em território chinês. Vive em França desde 1988, depois de obter asilo político. É “Cavaleiro das Artes e das Letras”.
Gao Xingjian é autor igualmente de poemas e da ópera “A Neve em Agosto”. Algumas das suas obras foram já escritas directamente na língua francesa.
É ainda pintor, utilizando materiais chineses tradicionais (papel de arroz e pincel em pelo de cabra) e conseguindo modular a sua tinta negra em centenas de nuances. No entanto, Gao utiliza também algumas técnicas ocidentais em certas circunstâncias. Realizados com tinta-da-china, os seus quadros conjugam a abstracção, a figuração e o panteísmo. Algumas das suas obras estão reproduzidas nas capas dos livros de que é autor.
Foi agraciado com o Nobel de Literatura em 2000, graças a «uma obra de valor universal, de uma lucidez amarga e uma ingenuidade linguística que abriram novos caminhos para o romance e o teatro chineses».
O pai era banqueiro e a mãe actriz amadora. Foi ela que fez despertar o interesse do filho pelas artes, pelo teatro e pela escrita. Recebeu a formação base em escolas da República Popular da China, diplomando-se em Francês no Instituto de Línguas Estrangeiras de Pequim (1962). Começou a traduzir em mandarim autores como Ionesco e Prévert, dando a descobrir aos seus compatriotas os temas e a estética da literatura ocidental contemporânea.
Quando da Revolução Cultural Chinesa, foi enviado durante seis anos para um “campo de reeducação”, vendo-se forçado a queimar uma mala onde tinha dissimulado vários manuscritos. Só foi autorizado a deixar o país depois da morte de Mao em 1979, tendo visitado então a Itália e a França.
Entre 1980 e 1987 publicou novelas, ensaios e peças de teatro, mas o seu “vanguardismo” e a sua liberdade de pensamento não eram do agrado das autoridades chinesas. As teorias literárias, expostas no “Primeiro Ensaio sobre a Arte do Romance” (1981), iam deliberadamente contra os dogmas do Estado e do realismo revolucionário apregoado pelo regime.
Vários dos seus espectáculos experimentais, influenciados por Brecht, Artaud e Beckett, foram representados no Teatro Popular de Pequim, encontrando largo eco junto do público. A peça “Paragem de bus” (1983), virulenta sátira da sociedade de Pequim, foi criticada com violência e as suas obras começaram obviamente a confrontar-se com a censura.
Em 1985, “O Homem Selvagem” foi objecto de uma grande polémica suscitando mesmo o interesse da opinião internacional. No ano seguinte, a representação de “A Outra Margem” foi proibida. Para evitar represálias, Gao começou um périplo pela província de Sichuan, descendo o rio Yang Tsé Kiang até ao mar. Em 1987 viu-se obrigado ao exílio, sendo desde então considerado “persona non grata” em território chinês. Vive em França desde 1988, depois de obter asilo político. É “Cavaleiro das Artes e das Letras”.
Gao Xingjian é autor igualmente de poemas e da ópera “A Neve em Agosto”. Algumas das suas obras foram já escritas directamente na língua francesa.
É ainda pintor, utilizando materiais chineses tradicionais (papel de arroz e pincel em pelo de cabra) e conseguindo modular a sua tinta negra em centenas de nuances. No entanto, Gao utiliza também algumas técnicas ocidentais em certas circunstâncias. Realizados com tinta-da-china, os seus quadros conjugam a abstracção, a figuração e o panteísmo. Algumas das suas obras estão reproduzidas nas capas dos livros de que é autor.
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