EFEMÉRIDE
– Cícero dos Santos Dias, pintor modernista brasileiro, morreu
em Paris no dia 28 de Janeiro de 2003. Nascera em Escada, Pernambuco, em 5
de Março de 1907.
Em
1920, com treze anos, foi para o Rio de Janeiro. Entre 1925 e 1927, estudou
pintura e conheceu muitos intelectuais e artistas da época, tornando-se amigo
dos modernistas de São Paulo (Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti, entre outros). Conheceu igualmente
Blaise Cendrars, quando este foi ao Brasil.
Em
1928, realizou a sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro e, no ano
seguinte, abandonou a Escola de Belas Artes, passando a dedicar-se
exclusivamente à pintura. Em 1930, participou numa importante exposição de
artistas brasileiros no Museu Nicholas Roerich de Nova Iorque.
Em
1937, executou o cenário do Ballet de Serge Lifar e Villa Lobos, expôs
numa mostra colectiva de pintores modernistas que teve lugar em Nova Iorque e viajou
para Paris, onde se fixou definitivamente.
Em
Paris, tornou-se amigo de Picasso, de Fernand Léger e do poeta Paul Éluard,
entrando em contacto com o surrealismo. Durante a ocupação da França
pelos alemães, colaborou com a Resistência francesa.
Em
1943, participou no Salão de Arte Moderna de Lisboa onde foi premiado e,
em 1945, voltou a Paris ligando-se ao grupo dos abstractos. Neste mesmo
ano, expôs em Londres, em Paris (UNESCO) e em Amesterdão.
O
ano de 1948 marcou uma actividade mais intensa no Brasil, interessando-se
sobretudo por murais. Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural, em
Avinhão, França. Em 1950, participou da Bienal de Veneza. No início dos
anos 1960, pintou diversas telas com retratos de mulheres.
Em 1965, a Bienal de Veneza
realizou uma exposição retrospectiva dos quarenta anos de pintura de Cícero Dias.
Em 1970, fez exposições individuais no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em
Fevereiro de 2002, esteve na capital pernambucana para o lançamento de um livro
sobre a sua trajectória artística e fez uma exposição na galeria Portal,
em São Paulo.
Faleceu
aos 95 anos na sua residência parisiense, rodeado da esposa, da filha e dos
dois netos. Foi sepultado no cemitério Montparnasse, no centro de Paris.
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