Tom Mix introduziu o espectáculo no
western, levando para a vida real o cowboy que interpretava nos ecrãs.
Era filho de um serralheiro e, na
adolescência, teve certo destaque no futebol americano, mas não chegou a ser,
como muitos acreditam, um craque da Academia Militar de Virgínia, pois
nem esteve lá.
Aos 17 anos, ganhou uma prova de
ciclismo em Hartford. Em 1898, com a declaração da guerra à Espanha, alistou-se
no exército, ocultando a sua verdadeira idade, e incorporou-se na Bateria do
4º Regimento da Artilharia, que protegia os depósitos de pólvora, no rio
Delaware, chegando ao posto de sargento e participando na evacuação do Forte
Monroe. Não foi para Cuba, nem levou um tiro, nem partiu para as Filipinas ou
lutou na Revolução Mexicana, como dizem as lendas a seu respeito.
Tom Mix realistou-se,
posteriormente, na tentativa de lutar na Guerra dos Boers, mas não chegou
a partir, nem para a África do Sul, nem para a China, como consta em algumas
biografias. Casou, nessa época, com Grace I. Allin, a primeira das suas cinco
esposas, e desertou do seu posto em Fort Hancock, indo para o Oeste.
Em Oklahoma, tentou ser músico,
como tocador de tambor na Banda da Cavalaria; depois, foi xerife, sem quaisquer
feitos heróicos. Aos 25 anos, ingressou no “Miller Brother’s 101 Real Wild
West Ranch”, o mais famoso espectáculo do Oeste, aprendendo assim a vida de
cowboy, tornando-se campeão de rodeos. Casou-se, então, com Kitty Jewell
Perrine, sua segunda esposa.
Em 1909, casou-se pela terceira
vez, com Olive Stockes, e ambos trabalharam no “Widerman Wild West Show”,
em Amarillo, no Texas. Tiveram uma filha, Ruth, também actriz. Posteriormente,
ambos se uniram ao “Will A. Dickey’s Circle D Ranch Wild West Show and
Indian Congress”, que oferecia cowboys para os filmes de western da Selig
Poliscope Company.
Mix apareceu pela primeira vez no
semi/documentário curto “Ranch Life in the Great Southwest”, sobre a
vida dos cowboys de rodeio. Os filmes em que Mix actuou eram de filmagem rápida
(três a quatro dias), com enredos simples.
Em 1917, Tom Mix começou a
trabalhar para a William Fox e logo fez um enorme sucesso. Casou-se
então pela quarta vez, com Victoria Forde, que actuou com ele em vários filmes,
e teve outra filha. Passou a morar numa mansão de Beverly Hills e com um
passado fictício, reforçava a sua imagem lendária de cowboy.
Tom teve vários cavalos: Tony,
Old Blue, Argie, Satan, Tony Jr. e Tony II. Introduzia nos seus filmes cenas
arriscadas, com aviões e carros de corrida, sem se importar com a
verossimilhança, e criava um personagem portentoso, idealizado.
Após terminar o contrato com a Fox,
foi para a FBO, companhia dirigida por Joseph P. Kennedy, pai do futuro
presidente John F. Kennedy, fazendo ali cinco filmes. Casou-se, então, com a
quinta esposa, a trapezista Mabel Hubbel Ward, e passou a fazer tournées com o Sells-Floto
Circus.
Em 1932, voltou aos ecrãs, pela Universal,
mas deixou o cinema quando se lesionou ao cair com o cavalo Tony Jr., numa cena
de “Mascarado Magnânimo”, em 1933.
Em 1935, porém, Tom Mix voltou a
actuar, numa série de 15 capítulos, “O Cavaleiro Alado”, onde
interpretava um Texas Ranger. Foi dobrado, em várias cenas, por Cliff
Lyons, pois a idade e os ferimentos eram um empecilho.
Em 12 de Outubro de 1940, Tom Mix
conduzia o seu carro, vestido de cowboy, e na parte traseira transportava duas arcas
de metal. Perto de Florence, no Arizona, apercebeu-se de um grupo de operários a
trabalhar e, quando tentou desviar-se, capotou, e uma das arcas atingiu-o na
nuca, fracturando-lhe o pescoço. Morte imediata.
Durante a sua carreira, Tom Mix entrou em mais de 300 filmes.
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