Carreiro foi o precursor do “Pagode”,
ritmo que criou com base na viola e no seu ponteado. As letras do seu pagode
contemplam a magia da vida na roça e na labuta caipira.
José Dias Nunes trabalhava como
garçom no restaurante do Hotel do Manoel Padeiro, onde - nas horas vagas
- cantava músicas populares e sambas da época. Aos domingos, participava no
programa “Assim canta o sertão”, da rádio transmissora de Valparaíso, em
São Paulo. Formou dueto com o primo Valdomiro e apresentavam-se no circo Giglio,
com os nomes de Zezinho e Lenço Verde. Também formou outros duetos: Palmeirinha
e Coqueirinho, Palmeirinha e Tietezinho e Zé Mineiro e Tietezinho.
O proprietário do circo, onde
José Dias tocava na época, disse-lhe que «um dueto tinha que tocar viola, e
ele tocava violão». No mesmo ano, na cidade de Araçatuba, no interior de São
Paulo, apresentaram Tonico e Tinoco. Enquanto Tinoco descansava
no hotel, antes do show, José Dias pegou na viola deixada no circo pela dupla Coração
do Brasil, decorou a afinação e começou a aperfeiçoar-se com aquele
instrumento, que marcara aliás a sua infância e que o faria imortal. Logo em
seguida, ganhou uma violinha de presente, pintada à mão pelo pintor
Romeu de Araçatuba.
A partir daí, inspirando-se num
dos melhores violeiros da época, Florêncio, da dupla Torres e Florêncio,
foi seguindo em frente, trilhando o seu caminho.
José Dias conheceu Pardinho, o seu
principal companheiro, no circo Rapa Rapa, na cidade de Pirajuí.
Pardinho era ajudante braçal e cantava nas horas de folga. Passaram a cantar
juntos com os nomes de Zé Mineiro e Pardinho. Dois anos depois, a
convite de Carreirinho, mudaram-se para São Paulo (Maio de 1956).
Tião Carreiro foi o inventor do
ritmo Pagode de viola. O seu primeiro pagode foi a música “Pagode em Brasília”,
feita em homenagem ao então presidente Juscelino Kubitschek. O Pagode de
viola foi um dos principais pilares do sucesso de Tião Carreiro, em todos os
duetos da sua carreira.
A própria família foi apanhada de surpresa, quando Tião anunciou o “problema”, apenas alguns dias antes do seu transplante de rim. Faleceu pouco tempo depois, aos 58 anos de idade. Tião também tinha complicações da diabetes.
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