Violeta cresceu numa família
abastada e fez parte dos seus estudos nos Estados Unidos. Quando regressou à
Nicarágua, casou com Pedro Chamorro, célebre jornalista, que herdara da família
o jornal “La Prensa”. Como o jornal apresentava críticas à ditadura
vigente de Anastasio Somoza, Pedro esteve várias vezes preso ou exilado. Em
1978, foi assassinado por ordens do ditador, que estava prestes a ser derrubado
pela Frente Sandinista, um grupo político de esquerda.
Desde 1979, quando a Frente
Sandinista de Libertação Nacional depôs o ditador Anastasio Somoza, a
Nicarágua vivia à beira de um colapso económico, castigada por uma guerra civil
entre os defensores do socialismo e os contras, como a guerrilha anti
sandinista apoiada pelos Estados Unidos, que fazia oposição ao regime
revolucionário. Os nicaraguenses elegeram Violeta Chamorro em Fevereiro de
1990, para um mandato de seis anos na Presidência. A escolha apontava para um
processo delicado de transição política.
Violeta Chamorro deixara o
movimento socialista para integrar a oposição, sendo indicada como candidata da
União Nacional de Oposição, coligação de 14 partidos, que iam de
conservadores até aos comunistas.
Quando Chamorro subiu ao poder, a
frágil economia nicaraguense parecia condenada a uma eterna crise, alimentada
pelo embargo comercial decretado em 1985 pelo presidente dos EUA, Ronald
Reagan. Em 1989, a inflação chegara a 1700% e o desemprego atingira 35% da
população economicamente activa. O nível de produção nos sectores primário e
secundário, em 1990, não ultrapassava a marca da década de 1950.
Somente com a posse de Chamorro,
os Estados Unidos tirariam a Nicarágua do embargo económico.
Em 1997, Violeta Chamorro
abandona a política, vivendo em Manágua, capital do país. Completará hoje 91 anos de idade.
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