Filho de Gabriel Pedro, um
histórico da resistência antifascista em Portugal, aderiu à Federação das
Juventudes Comunistas Portuguesas em 1931, sendo preso no ano seguinte, com
apenas 15 anos de idade, por participar na preparação de uma greve nas oficinas
do Arsenal do Alfeite.
Libertado um ano depois, voltou à
acção política, junto das escolas industriais da altura, sendo preso novamente
em 1936. Esteve nas prisões do Aljube, Peniche e Caxias antes
de ser enviado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde,
juntamente com o pai. Ali esteve preso durante dez anos, sendo o mais jovem
prisioneiro político do campo.
Durante a prisão, rompeu com o Partido Comunista Português (PCP),
depois de ser suspenso por planear uma fuga sem autorização do partido.
Libertado em 1946, regressou a Portugal e à luta política.
Participou no assalto ao quartel
militar de Beja, em 1962, e volta a ser preso, por mais três anos.
Aderiu ao Partido Socialista
(PS) depois da Revolução do 25 de Abril, sendo eleito deputado à Assembleia
da República na I (1976/19-80) e na III (198/1985) Legislaturas, pelo
círculo de Lisboa.
Foi ainda presidente da RTP,
entre 1977 e 1978.
Já em 1978, após a implantação do
regime democrático, voltou a ser preso, acusado da posse ilícita de material de
guerra e de um obscuro negócio de electrodomésticos. Declarou
que estava apenas a juntar as armas que tinham sido entregues ao Partido
Socialista durante o Verão Quente de 1975, para serem devolvidas ao Exército.
Foi absolvido meio ano depois e saiu em liberdade da prisão de Caxias.
Regressou à Assembleia da
República durante a V Legislatura (1987/19-91), novamente eleito pelo
círculo de Lisboa. Em 9 de Junho de 1994, foi feito grande-oficial da Ordem
da Liberdade, tendo sido elevado a grã-cruz da mesma Ordem em
9 de Junho de 2005.
Em 8 de Novembro de 2012, aquando
da publicação do terceiro volume das suas memórias, referiu
que as armas estavam a ser por si recolhidas e
seriam entregues de volta às Forças Armadas, de quem as tinha recebido,
no seguimento dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975, sendo que
isto se processava por ordens directas de António
Ramalho Eanes.
Edmundo Pedro faleceu em a 2018,
aos 99 anos de idade.
Em 2007, dera início à publicação
das suas memórias, que foram editadas, em três volumes, pela Âncora. De
especial interesse são os trechos em que relata a sua prisão de 10 anos no Campo
do Tarrafal.
Em 2014, por ocasião das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, deu o seu testemunho sobre a prisão do Tarrafal à jornalista da RDP Antena 1, Ana Aranha, para o programa “No limite da dor”, sobre a tortura durante o regime fascista do Estado Novo.
Sem comentários:
Enviar um comentário