Filho de Domingo González Mateos
(Domingo Dominguín) e irmão de Domingo e de Pepe Dominguín, todos
toureiros, herdou do pai o ‘apodo’ Dominguín, e foi, de entre os três irmãos, o que mais popularidade
deu a essa saga.
Considerado
um dos mais bem-sucedidos toureiros do século XX, e das décadas de 1940
e 1950 em particular, foi em Portugal que Luis Miguel actuou pela
primeira vez em público, numa novilhada realizada na Praça de Touros do
Campo Pequeno, em Lisboa, tinha então apenas 12 anos de idade. Aos 14, em campanha na Colômbia, onde fez parte do seu percurso de
novilheiro, tomou a sua primeira alternativa, na Praça
de Bogotá, em 23 de Novembro de 1941.
A alternativa oficial viria a
recebê-la em Espanha, aos 18 anos, na tarde de 2 de Agosto
de 1944, na Praça de A Coruña, sendo padrinho Domingo Ortega e o irmão
Domingo a testemunha; o toiro chamava-se Cuenco e
pertencia à ganadaria de Samuel Hermanos. A confirmação em Las Ventas,
Madrid, ocorreu em 14 de Junho de 1945, ocasião em que foi apadrinhado pelo mítico Manolete e foi testemunha Pepe
Luis Vázquez; então, com o toiro Secretario, de Antonio Pérez.
Rival de Manolete nos primeiros
anos da sua carreira, Dominguín era um dos companheiros de cartel na tarde de
29 de Agosto de 1947, em Linares, na qual faleceu o mítico toureiro de Córdoba.
Nos anos seguintes, passaria à história a sua rivalidade com Antonio Ordóñez
(casado com a irmã de Luis Miguel, Carmina), que inspiraria um ensaio de Ernest Hemingway, com o título “The
Dangerous Summer”, publicado parcialmente na revista “Life”, em
1960, e em versão integral em 1985.
Toureiro de mando
e poder, ambicioso e conhecedor, luzia mais com a muleta do que com o capote. Logrou encabeçar o escalafón espanhol
em 1948 com o extraordinário número de 100 corridas toureadas. Quase
repetiu o feito em 1951, com 98 corridas. Saiu várias vezes pela Puerta
Grande de Las Ventas. Retirou-se em 1961,
voltou em 1971 e, em 1973, retirou-se definitivamente.
Um dos aspectos da vida de
Dominguín mais tratadas pela imprensa da época foram as suas relações amorosas.
Há notícias de romances sucessivos com actrizes de Hollywood: María Félix, Ava
Gardner, Lana Turner, Rita Hayworth, Marta Alban, Lauren Bacall, Cecilia
Albéniz, Miroslava Stern e Romy Schneider.
Em 1 de Março de 1955, o toureiro
acabaria por casar com a actriz Lucia Bosé. Casou
civilmente em Las Vegas, mas confirmou o casamento pela Igreja Católica em
Espanha, a 16 de Outubro do mesmo ano. Depois do casamento, o casal teve três
filhos: Miguel Bosé, um destacado cantor, Lucía e Paola Dominguín, que chegou a
ser actriz e é hoje designer de moda. Seria ainda avô da manequim Bimba Bosé e
do manequim e actor Nicolás Coronado.
Outro dos aspectos
relevantes da vida pública de Luis Miguel Dominguín foi a sua relação com o
poder político e o mundo das artes. Relacionando-se com o general Francisco
Franco e os políticos do franquismo, Dominguín era ao mesmo tempo próximo de
algumas das principais figuras da oposição ao franquismo; desde logo o seu
irmão Domingo, um importante militante do Partido Comunista Espanhol, e
a sua mulher, Lucia Bosé, era simpatizante do Partido Comunista Italiano.
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