Desde cedo foi colaborador
assíduo nos jornais, publicando, com 17 anos (1921), o seu primeiro livro de
poemas.
Enquanto estudava Belas-Artes
em Lisboa (a partir de 1927), teve oportunidade de contactar com artistas de
renome: Armando de Lucena (seu mestre), Abel Manta, Jorge Barradas, Diogo de
Macedo e Rui Gameiro, entre outros.
Ainda em Lisboa, colaborou no Pavilhão
Português para a Exposição de Sevilha, onde colheu «proveitosos conhecimentos
através dos quais beberia os princípios
da forma em que assentariam as suas futuras criações
estéticas».
O
empedrado da Praça Velha é, provavelmente, um dos trabalhos mais marcantes da sua vida. Nessa altura, estava a regressar
dos estudos em Lisboa e imediatamente fez por se ligar a
todas as manifestações artísticas. Terminado em 1930 e inspirado no desenho de uma manta
regional terceirense, a solução artística desse
empedrado, «dado o arrojo da concepção modernista,
seria motivo de acesas polémicas».
Uma das amizades que teve
oportunidade de fazer ao longo da sua vida foi com António Dacosta. Ambos tiveram a oportunidade de criar retratos um do outro,
como é o caso do “Retrato de Maduro Dias” documentado pela Fundação
Calouste Gulbenkian.
Desde o regresso de Lisboa que a sua presença artística ecléctica e organização de exposições
foram marcando a Ilha Terceira. Alguns exemplos dessas intervenções são: a encenação da opereta “Água Corrente” (estreia em
1928); a organização da exposição, em 1934, no Palácio do Governo Civil
(actual Palácio dos Capitães-Generais);
da Exposição do Esforço do Emigrante Açoriano, em 1940, na Junta Geral de Angra
do Heroísmo; o Cruzeiro alusivo à Restauração de
1640 (1940), no Pico Matias Simão; livros de poemas como “Melodia
Íntima” e “Poemas de Eiramá “(1985); quadros como “Sonho do Infante”; capas de
livros; e trabalhos de ornamentação nas Sanjoaninas.
Desde 1961 até começo 1985, «foi
convidado a desenvolver ensino artístico no destacamento
americano da Base das Lajes (Clube de Oficiais, onde se
realizaram várias exposições), o que denota a sua
vocação para um certo magistério artístico que nunca o abandonou».
Faleceu na sua cidade natal, em
1986, e Augusto Gomes, em artigo biográfico na revista “Ilha Terceira”
desse mês de Dezembro, recorda-o assim: «Como prosador, Maduro Dias deu-nos as mais belas
páginas da literatura açórica, numa realização estética, das mais seguras e acabadas,
tal como nas outras manifestações artísticas em que se entregava de alma e
coração».
Maduro Dias foi feito cavaleiro
da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, em 14 de Junho de 1950. Ganhou
vários prémios literários nem Jogos Florais e foi homenageado com a Medalha
de Honra do Município.
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