Dolly foi criada por
investigadores do Instituto Roslin, na Escócia, onde viveu toda a sua
vida. Os créditos pela clonagem foram dados ao biólogo Ian Wilmut, mas este
admitiu, em 2006, que Keith Campbell seria na verdade o maior responsável pela
clonagem.
O nome Dolly
é uma referência ao nome da actriz e cantora Dolly Parton. Dolly foi clonada a
partir das células da glândula mamária de uma ovelha adulta com cerca de seis
anos, através de uma técnica conhecida como transferência somática de núcleo.
Apesar das suas origens, Dolly
teve uma vida comum de ovelha e deu à luz seis filhotes, sendo cuidadosamente observada em todas as
fases. Em 1999, foi divulgado na revista “Nature”
que Dolly poderia tender a desenvolver formas de
envelhecimento precoce, uma vez que os seus telómeros eram mais curtos que os
das ovelhas normais. Esta questão iniciou uma acesa
disputa na comunidade científica sobre a influência da clonagem nos processos
de envelhecimento, que está ainda hoje por resolver.
Em 2002, foi anunciado que Dolly sofria de um tipo de doença
pulmonar progressiva, o que foi interpretado por alguns sectores
como sinal de envelhecimento. Dolly foi abatida em
Fevereiro de 2003, aos 6 anos, para evitar uma morte
dolorosa por infecção pulmonar incurável. O seu corpo empalhado
está exposto no Museu Real da Escócia, em Edimburgo.
Depois que a clonagem foi demonstrada com sucesso através da produção de Dolly, muitos outros grandes mamíferos
foram clonados, incluindo porcos, veados, cavalos e touros. A
tentativa de clonar argali (ovelha da montanha) não produziu
embriões viáveis.
Fazer
mamíferos clonados foi altamente ineficiente - em 1996, Dolly foi a única ovelha que
sobreviveu à idade adulta de 277 tentativas. Em 2014, foi relatado que cientistas chineses tinham taxas de sucesso
de 70 a 80% na clonagem de porcos e, em 2016, uma empresa coreana, Sooam
Biotech, estava a produzir 500 embriões clonados por dia.
A clonagem
pode ter utilidade na preservação de espécies ameaçadas de extinção e pode
tornar-se uma ferramenta viável para reviver espécies extintas. Em Janeiro
de 2009, cientistas do Centro de Tecnologia e Pesquisa de Alimentos de
Aragão, no norte da Espanha, anunciaram a clonagem do íbex
dos Pirenéus, uma forma de cabra selvagem da montanha, que foi oficialmente
declarada extinta em 2000. Embora o íbex recém-nascido
tenha morrido logo após o nascimento devido a defeitos físicos nos seus
pulmões, foi a primeira vez que um animal extinto foi clonado e pode abrir
portas para salvar espécies em extinção ou recentemente extintas, ressuscitando-as de
tecidos congelados.
Em Julho de 2016, quatro clones idênticos de Dolly (Daisy, Debbie, Dianna e Denise)
estavam vivos e saudáveis aos nove anos de idade.
A Scientific
American concluiu em
2016 que o principal legado da ovelha Dolly não foi a clonagem de animais, mas
sim os avanços na pesquisa com células-tronco. Depois
de Dolly, os
pesquisadores perceberam que células comuns poderiam ser reprogramadas para
células-tronco lucipotentes induzidas,
que podem ser cultivadas em qualquer tecido.
A primeira
clonagem bem-sucedida de uma espécie de primata usando o mesmo método para
produzir Dolly foi relatada em Janeiro de 2018. Dois
clones idênticos de um macaco, Zhong Zhong e Hua Hua, foram criados por
pesquisadores na China e nasceram no final de 2017.
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