Foi o segundo e último presidente da Quarta
República Francesa.
René Coty formou-se em Filosofia e Direito
na Universidade de Caen em 1902. Trabalhou como advogado na sua cidade
natal, especializando-se em Direito Marítimo e Comercial. Casou com
Germaine Corblet em 21 de Maio de 1907.
Inscrito no Partido Radical, em 1907 foi eleito
vereador distrital e, em 1908, membro do conselho de Le Havre, fazendo parte da
esquerda republicana. Ocupou ambas as posições até 1919. Ao mesmo tempo, foi
membro do conselho geral do departamento de Seine-Inférieure (localizado no
norte de França), de 1913 a 1942.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, Coty
juntou-se voluntariamente ao exército, fazendo parte do 129º regimento de
infantaria, que lutou na Batalha de Verdun.
Em 1923, Coty entrou na Câmara dos Deputados,
sucedendo a Jules Siegfried como deputado por Seine-Inférieure. Nesta altura da
sua carreira política, já tinha deixado o partido radical e aderido à União
Republicana. Entre 13 e 23 de Dezembro de 1930, foi subsecretário do Interior
no Governo de Steeg.
Em 1932, assumiu o cargo de vice-presidente do Conselho
Geral de Seine-Inférieure, cargo que ocupou até 1942. Mais tarde, em 1936,
foi eleito senador pelo mesmo departamento.
Em 10 de Julho de 1940, foi um dos vários políticos
que votaram a favor da moção que propunha conceder a Philippe Pétain poderes
extraordinários, resultando na colaboração do governo de Vichy com os nazis.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Coty
permaneceu relativamente inactivo, embora tenha retomado a sua carreira
política pouco antes de terminar.
Foi membro da Assembleia Constituinte Nacional,
entre 1944 e 1946, e presidiu ao Grupo Republicano Independente de
direita, que mais tarde faria parte do Centro Nacional de Independentes e
Camponeses. René Coty foi eleito deputado à Assembleia Nacional (Câmara
Baixa) por Seine-Inférieure em 1946.
Entre Novembro de 1947 e Setembro de 1948, foi ministro
da Reconstrução e Planeamento Urbano, na época de Robert Schuman e André
Marie.
Em Novembro de 1948, Coty foi eleito para o Conselho
da República e, em 1952, foi vice-presidente daquele órgão.
Em 1953, Coty concorreu à presidência. Ele devia achar
impossível impor-se; no entanto, após doze votos em que o favorito de direita
Joseph Laniel nunca obteve a maioria absoluta necessária para entrar na
presidência, e a retirada de outro candidato-chave à direita, Louis Jacquinot,
Coty foi finalmente eleito em 23 de Dezembro de 1953 na 13ª votação, com 477
votos contra 329 do socialista Marcel-Edmond Naegelen.
Sucedeu a Vincent Auriol como presidente, em 16 de Janeiro
de 1954. A sua esposa faleceu no dia 21 de Novembro do ano seguinte, causando
choque entre os franceses; curiosamente, a causa da sua morte foi um ataque
cardíaco, assim como o marido morreria sete anos e um dia depois.
A sua Presidência foi assombrada pela instabilidade
política da quarta república e pela revolta argelina. Com o agravamento da
crise em 1958, Coty ameaçou demitir-se se a nomeação de De Gaulle como deputado
ou ministro fosse rejeitada pela Assembleia Nacional.
Nesse mesmo ano, De Gaulle propôs uma nova
constituição e, em 28 de Setembro, realizou-se um referendo que apoiou a
proposta com 79,2% dos votos.
De Gaulle foi eleito presidente pelo Parlamento
em Dezembro e sucedeu a Coty em 9 de Janeiro do ano seguinte. Coty foi membro
do Conselho Constitucional de 1959 até à sua morte, em Novembro de 1962.
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