Ganhou fama desde a década de 1950, como
comunista e anticolonialista e por defender uma longa lista de clientes,
primeiro na Argélia e depois ao redor do mundo.
Na sua agenda de clientes encontram-se terroristas,
criminosos de guerra, ditadores e assassinos em série.
A vida de Jacques Vergès foi retratada no cinema através
do filme biográfico “O Advogado do Terror” (2007), do cineasta Barbet
Schroeder, que através de entrevistas com o próprio advogado, amigos e
clientes, apresenta o seu perfil psicológico e filosófico. O enredo das
entrevistas apresenta também as defesas dos seus clientes mais famosos.
Em 1957, dois anos depois de se formar, Jacques Vergès
começou a carreira defendendo argelinos acusados de assassinato: durante a guerra
de independência do país magrebino, a qual viria a concretizar-se em 3 de Julho
de 1962, guerrilheiros da Frente de Libertação Nacional colocavam bombas
em lugares públicos frequentados por civis franceses. Durante o processo,
Vergès valeu-se de um tipo de defesa até hoje em voga entre réus de tribunais
internacionais, como o ditador iraquiano Saddam Hussein: recusar-se a reconhecer
o mérito dos procedimentos e a autoridade do juiz e do júri, devolvendo contra
eles as acusações de abuso e assassinato.
Conseguiu, assim, mobilizar a opinião pública em todo
o mundo e, por fim, obter a amnistia para os seus clientes - entre os quais
Djamila Bouhired, símbolo do movimento argelino, com quem se casou.
Em alguns anos, porém, Vergès se transformou numa
criatura controversa: o advogado voluntariamente procurava os seus clientes
entre figuras cruéis e se associava, em amizade ou interesse, a alguns dos
nomes mais polémicos do século XX, como Pol Pot, que à frente do Khmer
Vermelho ordenou o assassinato de milhões no Camboja, ou o palestino Wadie
Haddad, um dos pioneiros em terrorismo internacionalizado.
Essa trajectória é tema do aludido documentário “O
Advogado do Terror” (“L’Avocat de la Terreur”, França, 2007),
dirigido pelo cineasta de origem iraniana Barbet Schroeder.
Alguns dos seus clientes notáveis: Klaus Barbie -
criminoso nazi; Djamila Bouhired - terrorista argelina, mais tarde esposa de
Jacques Vergès; Carlos, o Chacal – terrorista; Magdalena Kopp -
terrorista e esposa de Carlos, o Chacal; Pol Pot, líder do Khmer
Vermelho no Camboja; Ieng Sary, também do Khmer Vermelho; Khieu
Samphan, outro membro do alto-escalão do Khmer Vermelho; Georges Ibrahim
Abdallah, terrorista; Idriss Déby, ex-presidente do Chade; Omar Bongo, ex-presidente
do Gabão; Denis Sassou-Nguesso, ex-líder da República do Congo; Norbert Dabira,
ex-general da República do Congo; Slobodan Milošević, ditador e ex-presidente
da Sérvia; e Anis Naccache, guerrilheiro libanês.
Sem comentários:
Enviar um comentário