É uma das maiores fundistas do mundo e bicampeã
olímpica dos 10 000 metros nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 e em
Sydney em 2000.
Tulu é da etnia Oromas e cresceu em contacto
com gado na vila de Bejoki, nas terras altas da província de Arsi, a mesma vila
de Kenenisa Bekele, outro corredor etíope de grande fama mundial. Aos 17 anos,
entrou para a força policial da Etiópia.
As suas primas Genzebe Dibaba, Ejegayehu Dibaba e
Tirunesh Dibaba, também são corredoras de alto nível internacional, e Tirunesh
é bicampeã olímpica e tetracampeã mundial nos 10 000 e 5 000 metros,
continuando a brilhante história atlética dos Oromas, que começou em
1960 com Abebe Bikila.
Tulu foi a primeira etíope e a primeira africana a
ganhar uma medalha de ouro olímpica, em Barcelona 92, que lançou a sua
carreira internacional.
Em 1993 e 1994 pouco competiu devido a uma lesão no
joelho, mas em 1995 voltou a conquistar o ouro no Campeonato Mundial de
Cross-Country, depois de chegar ao local da competição quase na hora da
largada. No mesmo ano, perdeu para a portuguesa Fernanda Ribeiro no Campeonato
Mundial de Atletismo de Gotemburgo, na Suécia, ficando com a prata nos 10 000
m.
O ano de 1996 foi difícil para Tulu, que perdeu as
sapatilhas durante a prova do Mundial de Cross-Country e conseguiu
apenas o quarto lugar, a mesma posição nos 10 000 m dos Jogos Olímpicos
de Atlanta.
Nos dois anos seguintes, ela retirou-se das
competições após ter uma filha, mas voltou em 2000 na melhor forma da sua vida
e ganhou novamente a medalha de ouro nos 10 000 de Sydney, a única
mulher bicampeã olímpica na curta história desta prova no feminino. No ano
seguinte, conseguiu finalmente ser campeã mundial desta prova, conquistando o
ouro no Mundial de Atletismo de Edmonton, no Canadá.
No mesmo ano, Tulu fez a transição para os 42 km da
maratona e venceu as maratonas de Londres e de Tóquio.
No Mundial de 2005, conseguiria o melhor tempo
da carreira na distância, 2h 23m 30s, apesar de chegar em quarto. Em 2009,
ainda venceu a Maratona de Nova Iorque, à frente da recordista mundial
Paula Radcliffe.
Em 2010, com 38 anos, Tulu ainda compete em alto
nível, enquanto as suas velhas rivais desapareceram ou deixaram o atletismo.
Ela é um ícone do movimento olímpico e muitos lembram-se da sua volta olímpica
em Barcelona, de mãos dadas para o alto com a sul-africana branca Elana Meyer,
medalha de prata na prova, no ano que a África do Sul voltou a competir nas Olimpíadas,
que simbolizava o fim do apartheid sobre a pista.
Ela é uma das 100 Mulheres da lista da BBC
de 2017.
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