segunda-feira, 31 de março de 2008

EFEMÉRIDEJames Cleveland Owens, conhecido como Jesse Owens, atleta norte-americano de alta craveira, morreu em Tucson, no Arizona, em 31 de Março de 1980, vítima de doença oncológica pulmonar. Nascera em Oakville, Alabama, no dia 12 de Setembro de 1913. Participou nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim, onde ganhou as medalhas de ouro dos 100 e 200 metros, do salto em comprimento e da estafeta 4 x 100 m. Já antes, no dia 25 de Maio de 1935, cometera a proeza de bater quatro recordes americanos e igualar outro, no espaço de 45 minutos.
Hitler dera tais incentivos aos atletas alemães “não judeus” que eles conseguiriam arrecadar 33 medalhas de ouro contra 24 dos Estados Unidos. Segundo os nazis estaria ali a prova da excelência da sua ideologia.
Para desgosto de Hitler, porém, um negro (Cornelius Johnson) ganhou a medalha de ouro no salto em altura. Hitler, que já tinha apertado a mão de um atleta finlandês e de outro alemão, ambos vencedores, ter-se-ia retirado do estádio logo no primeiro dia, após ter sido alertado pelo Comité Olímpico Internacional de que teria de cumprimentar todos os vencedores ou nenhum.
Daí em diante começou o show de Jesse Owens, que saiu vitorioso das quatro provas atrás aludidas. Curiosamente esta performance seria igualada nos Jogos de 1984 por outro atleta americano - Carl Lewis.
Suprema ironia, Franklin Roosevelt, que preparava as eleições americanas, temendo a reacção do eleitorado do Sul, recusou receber Owens na Casa Branca. Depois dos Jogos, Jesse Owens viveu com dificuldades, continuando a fazer a promoção do atletismo. Organizavam-se espectáculos em que ele dava avanço a outros corredores, acabando por ganhar e chegou a vencer corridas contra cavalos. Modesto, confessou mais tarde que só podia ter ganho aos cavalos porque estes se retraíam ao ouvir o ruído dos tiros de partida.
Recebeu em 1976, quarenta anos depois do seu feito, a Medalha da Liberdade e em 1990 a Medalha de Ouro do Congresso a título póstumo. Em 1984, foi dado o seu nome a uma rua de Berlim.
A maior lição de vida de Owens não é porém a sua história com Adolf Hitler, que está aliás cheia de especulações, mas sim o facto de ter contribuído para que muitos dos seus conterrâneos americanos passassem a aceitar e a respeitar os cidadãos de raça negra.

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