EFEMÉRIDE – Ana de Castro Osório, jornalista, ensaísta e conferencista portuguesa, considerada uma das mais notáveis teóricas dos problemas da emancipação feminina e uma dedicada e incansável pioneira da luta pela igualdade dos direitos da Mulher, nasceu em Mangualde no dia 18 de Junho de 1872. Morreu em Setúbal, em 23 de Março de 1935.
É de sua autoria “Mulheres Portuguesas”, uma colectânea de artigos sobre questões feministas, considerada o “primeiro manifesto feminista português”. Ao longo destas 250 páginas, publicadas em 1905, exortou as mulheres ao trabalho e ao estudo, afirmando que não deveriam ser meras peças decorativas.
Casada com o poeta e diplomata Paulino de Oliveira, membro do Partido Republicano, esteve muito próxima deste partido. Depois da instauração da República colaborou na Lei do Divórcio, sendo consultora do Ministro da Justiça.
Fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, o Grupo de Estudos Feministas e a Cruzada das Mulheres Portuguesas. É igualmente considerada a fundadora da Literatura Infantil em Portugal.
Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda a colecção “Para as Crianças”, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho e foi uma obra notável na sua época. Outros livros dignos de realce são “A Minha Pátria” e “A Mulher no Casamento e no Divórcio”.
Em 1903 publicou o romance “Ambições”, que foi o primeiro de uma série de histórias de ficção para adultos. Traduziu contos de Hans Christian Andersen e de outros escritores estrangeiros. Escreveu igualmente peças de teatro infantil. Por sua vez, muitas das suas obras foram traduzidas para francês, espanhol e italiano.
Entre 1911 e 1914, viveu no Brasil com o marido, que foi cônsul de Portugal em São Paulo. Ali exerceu as actividades de professora e escritora, tendo alguns dos seus livros sido adoptados também em escolas brasileiras. Foi o seu contributo para a construção da Lusofonia.
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