quinta-feira, 12 de junho de 2008

EFEMÉRIDE Roberto Ivens, oficial da Marinha Portuguesa e explorador do continente africano, nasceu em São Pedro, nos Açores, em 12 de Junho de 1850. Morreu no Dafundo, concelho de Oeiras, em 28 de Janeiro de 1898.
Em 1861 foi inscrito na Escola da Marinha, em Lisboa, onde fez os estudos secundários. Foi sempre um estudante inteligente e aplicado. Concluiu o curso em 1870, com apenas 20 anos e com as mais elevadas classificações. Frequentou no ano seguinte a Escola Prática de Artilharia Naval, partindo em Setembro desse ano para a Índia, integrado na guarnição da corveta Estefânia, onde foi feito Guarda-marinha.
Em 1875 fez exame para Segundo-tenente e seguiu na corveta Duque da Terceira para São Tomé e Príncipe e daqui para alguns portos da América da Sul. Regressado a Portugal em 1876, partiu de imediato no “Índia”, para Filadélfia, com produtos portugueses para a Exposição Universal daquela cidade.
Em Lisboa, soubera de um plano governamental de exploração científica, no interior africano, destinado a explorar os territórios entre as províncias de Angola e Moçambique e, especialmente, a efectuar um reconhecimento geográfico das bacias hidrográficas do Zaire e do Zambeze. Ofereceu-se para nela tomar parte e, em 1877, foi nomeado para fazer aquela expedição, sendo promovido a Primeiro-tenente.
Até 1880 ocupou-se, com Hermenegildo Capelo e, em parte, com Serpa Pinto, da exploração científica de “Benguela até às Terras de Iaca”. No regresso, recebeu a Comenda da Ordem Militar de Santiago.
Face às mais que previsíveis decisões da Conferência de Berlim, era preciso demonstrar a presença portuguesa no interior da África austral, como forma de sustentar as reivindicações constantes do “mapa cor-de-rosa” entretanto produzido. Para realizar tão importante tarefa, foram nomeados Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens.
Feitos os preparativos, a grande exploração iniciou-se em Porto Pinda, no sul de Angola, em Março de 1884. Foram catorze meses de inferno no interior africano, durante os quais, a fome, o frio, a natureza agreste, os animais selvagens e a mosca tsé-tsé, puseram em permanente risco de vida os exploradores e a comitiva. As constantes deserções e a doença e a morte de carregadores aumentavam o perigo e a incerteza. Só de uma vez, andaram perdidos 42 dias por terrenos pantanosos, sob condições meteorológicas difíceis, sem caminhos e sem gente por perto. Foram dados como mortos ou perdidos, pois durante quase um ano não houve notícias deles.
Ao longo de toda aquela viagem, onde foram percorridos mais de 8300 km, Roberto Ivens escreveu, desenhou, fez croquis e levantou cartas. Em 21 de Junho 1885, chegou finalmente a Quelimane, em Moçambique, tendo cumprido todos os objectivos definidos pelo governo. Voltando a Portugal, foi recebido pelo próprio rei D. Luís e alvo de homenagens e honrarias por todo o país. Atingiu o topo da sua carreira com a promoção a Capitão-de-fragata.
Por motivos de saúde, abandonou o mar, passando a prestar colaboração cartográfica na Sociedade de Geografia de Lisboa e na execução de trabalhos no Ministério da Marinha e do Ultramar relacionados com África, sobretudo Angola. Morreu aos 48 anos.

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