EFEMÉRIDE – Clara Zetkin, professora, jornalista e política alemã, figura histórica do feminismo mundial, morreu em Arkhangelskoïe, perto de Moscovo, no dia 20 de Junho de 1933. Nascera em Wiederau, na Saxónia, em 5 de Julho de 1857.
Desde os anos 1870 que começou a frequentar os movimentos feministas. Viveu exilada em Zurique, onde conheceu o revolucionário russo Ossip Zetkin, que reencontrou em Paris em 1882. Se bem que nunca se tivessem casado, tomou o apelido do seu companheiro, de quem teve dois filhos. Ossip morreu em 1889. Clara casou-se dez anos depois com um pintor, com quem viveu até 1928, conservando o apelido Zetkin.
Em Paris, participou activamente na “Segunda Internacional”, onde reclamou a igualdade completa dos direitos profissionais e sociais da Mulher.
De volta à Alemanha, desenvolveu o movimento feminino socialista e fundou a revista das mulheres socialistas “Die Gleichheit” (A Igualdade) que seria publicada até 1917.
Em 1907 presidiu à Primeira Conferência Internacional das Mulheres Socialistas realizada em Estugarda. Na Segunda Conferência, realizada em Copenhaga no dia 8 de Março de 1910, propôs a criação do Dia Internacional da Mulher, que foi aceite e é comemorado até hoje em cada dia 8 de Março.
Foi membro do Partido Social-Democrata até 1917, ano em que, juntamente com Rosa Luxemburgo, criou a ala esquerda (Liga Spartakista) do USPD. Daqui nasceria em 1918 o Partido Comunista da Alemanha, em representação do qual Clara Zetkin foi deputada no Reichstag de 1920 a 1933.
Foi opositora da 1ª Guerra Mundial e dirigiu várias acções pacifistas, que lhe valeram frequentemente a prisão.
Em 1932 presidiu ao Reichstag, por ser a deputada mais antiga e apelou ao combate contra o nazismo. Com a chegada dos nazis ao poder, foi obrigada a fugir e morreu algumas semanas depois, exilada em Moscovo. O seu túmulo encontra-se nas muralhas do Kremlin na Praça Vermelha. Desaparecera alguém que consagrou grande parte da sua vida a combater pela supressão do capitalismo e a instauração do socialismo, pelo direito ao voto das mulheres, pelo direito ao divórcio, pelas uniões livres e pela igualdade entre os sexos.
A então República Democrática Alemã homenageou-a, fazendo figurar a sua efígie nas notas de 10 marcos.
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