EFEMÉRIDE – Eduardo Chivambo Mondlane, um dos fundadores e o primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português, nasceu em Manjacaze, Gaza, em 20 de Junho de 1920. Morreu em Dar Es Salaam no dia 3 de Fevereiro de 1969, assassinado por uma encomenda armadilhada. O dia da sua morte é celebrado em Moçambique como o Dia dos Heróis Moçambicanos.
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou numa missão de presbíteros suíços, terminou os estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul e, depois de uma curta passagem pela Universidade de Lisboa, foi financiado, ainda pelos suíços, para fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da América onde se doutorou em Sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, como investigador dos acontecimentos que levaram à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Universidade de Siracusa, em Nova Iorque. Nessa época (anos 1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, pelo seu lado, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a aceitar a independência das suas colónias africanas.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para a fundação de um movimento de libertação. Por essa altura e, independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO, a MANU e a UNAMI. Estas organizações tinham sedes em países diferentes e bases sociais e étnicas também diferenciadas, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere. A FRELIMO foi então criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente.
Por essa época, Mondlane já tinha concluído que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário estudar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que substituiria Mondlane após a sua morte. Outros foram treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO abriu também uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
A luta armada foi desencadeada em 25 de Setembro de 1964, com o ataque de um pequeno grupo de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia.
Eduardo Mondlane viria a morrer cinco anos depois ao abrir uma encomenda que continha uma bomba. Mais tarde, descobriu-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques (hoje Maputo), pela PIDE, a polícia política portuguesa. Mas como chegou às suas mãos e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional da Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004. Mondlane escreveu um livro ("Lutar por Moçambique"), que só foi publicado alguns meses após a sua morte e que detalha o sistema colonial português, bem assim como aquilo que seria necessário fazer para desenvolver o país.
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou numa missão de presbíteros suíços, terminou os estudos secundários numa escola da mesma igreja na África do Sul e, depois de uma curta passagem pela Universidade de Lisboa, foi financiado, ainda pelos suíços, para fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da América onde se doutorou em Sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, como investigador dos acontecimentos que levaram à independência dos países africanos e foi também professor de história e sociologia na Universidade de Siracusa, em Nova Iorque. Nessa época (anos 1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, pelo seu lado, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a aceitar a independência das suas colónias africanas.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para a fundação de um movimento de libertação. Por essa altura e, independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO, a MANU e a UNAMI. Estas organizações tinham sedes em países diferentes e bases sociais e étnicas também diferenciadas, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere. A FRELIMO foi então criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962, e Mondlane foi eleito seu primeiro presidente.
Por essa época, Mondlane já tinha concluído que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário estudar uma estratégia e obter apoios para a levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, contava-se Samora Machel que substituiria Mondlane após a sua morte. Outros foram treinados na Tanzânia, onde a FRELIMO abriu também uma escola secundária, o Instituto de Moçambique.
A luta armada foi desencadeada em 25 de Setembro de 1964, com o ataque de um pequeno grupo de guerrilheiros ao posto administrativo de Chai, na província de Cabo Delgado, a cerca de 100 km da fronteira com a Tanzânia.
Eduardo Mondlane viria a morrer cinco anos depois ao abrir uma encomenda que continha uma bomba. Mais tarde, descobriu-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques (hoje Maputo), pela PIDE, a polícia política portuguesa. Mas como chegou às suas mãos e porque foi ele a abri-la nunca ficou esclarecido.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane, que foi a primeira Directora Nacional da Acção Social de Moçambique independente e a primeira presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004. Mondlane escreveu um livro ("Lutar por Moçambique"), que só foi publicado alguns meses após a sua morte e que detalha o sistema colonial português, bem assim como aquilo que seria necessário fazer para desenvolver o país.
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