EFEMÉRIDE – Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia, célebre violoncelista portuguesa, nasceu no Porto em 27 de Junho de 1885. Faleceu na mesma cidade em 30 de Julho de 1950.
Os pais eram de ascendência italiana e espanhola. O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. Guilhermina começou a estudar música aos 5 anos e a sua primeira apresentação em público aconteceu dois anos depois em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e sua irmã Virgínia (3 anos mais velha) ao piano, eram frequentemente convidadas para actuar nos meios culturais portuenses. Com apenas 13 anos, Guilhermina já era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto, tocando também num quarteto de cordas.
Em 1898 teve aulas durante algumas semanas com o famoso violoncelista catalão Pablo Casals, que estava a actuar nesse Verão no Casino de Espinho.
Em 1901 as duas irmãs actuaram no Palácio Real de Lisboa. Com 15 anos, Guilhermina respondeu a uma interpelação da rainha Dona Amélia sobre qual era o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.
Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar num local à sua escolha, o que possibilitou a sua ida, acompanhada pelo pai, para o Conservatório de Leipzig na Alemanha. A vida dos dois em Leipzig era extremamente difícil, pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de Guilhermina, mas não a do pai nem outras despesas que iam ocorrendo. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina a Portugal foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da Orquestra Gewandhaus em Fevereiro de 1903. Tinha então 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem tinha actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O sucesso foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava ali o seu sucesso internacional.
Em 1903 regressou ao Porto, conquistando o público portuense. A vida de Guilhermina transformara-se completamente e a partir dessa altura foi acolhida nas salas de concerto de quase toda a Europa.
Em 1906 Suggia encontra-se em Paris a tocar para Casals. Nesse mesmo ano começam a partilhar a mesma casa. O romance com Pablo Casals, encheu as páginas dos jornais. Em 1913 o casal separou-se de forma inesperada, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina mudou-se para Londres no ano seguinte e Casals casa-se com uma cantora norte-americana.
Durante a sua estadia em Londres, tocou em várias orquestras. Os seus recitais no Royal Albert Hall e no Wigmore Hall mereceram as melhores críticas da imprensa. As entradas em palco eram imponentes e as interpretações revelavam um domínio completo do instrumento e a compreensão total das obras tocadas.
Em 1923 o Governo de Portugal agraciou-a com o oficialato da Ordem de Santiago da Espada, uma honra raras vezes concedida a senhoras, e em 1937 foi promovida a comendador da mesma Ordem. Em 1938 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro da cidade do Porto.
Apesar de se manter ligada à capital inglesa, Guilhermina tinha adquirido em 1924 uma casa no Porto, onde se veio a casar com um médico. Nos anos 1930 regressou definitivamente à terra natal, actuando em várias cidades.
No final dos anos 1940 promoveu, com a directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação em 1948 no Teatro Rivoli.
Em 1949, já com uma doença grave a afligi-la, ainda criou o Trio do Porto. Em Maio de 1950 tocou pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense.
Em Junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica de Londres, sendo-lhe detectado um tumor canceroso inoperável. Na ocasião foi acarinhada pelos amigos e ficou especialmente sensibilizada pelo bilhete e pelas flores recebidas da Rainha de Inglaterra. Faleceu pouco tempo depois, já na sua casa nortenha.
Os pais eram de ascendência italiana e espanhola. O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. Guilhermina começou a estudar música aos 5 anos e a sua primeira apresentação em público aconteceu dois anos depois em Matosinhos.
Guilhermina ao violoncelo e sua irmã Virgínia (3 anos mais velha) ao piano, eram frequentemente convidadas para actuar nos meios culturais portuenses. Com apenas 13 anos, Guilhermina já era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto, tocando também num quarteto de cordas.
Em 1898 teve aulas durante algumas semanas com o famoso violoncelista catalão Pablo Casals, que estava a actuar nesse Verão no Casino de Espinho.
Em 1901 as duas irmãs actuaram no Palácio Real de Lisboa. Com 15 anos, Guilhermina respondeu a uma interpelação da rainha Dona Amélia sobre qual era o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.
Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar num local à sua escolha, o que possibilitou a sua ida, acompanhada pelo pai, para o Conservatório de Leipzig na Alemanha. A vida dos dois em Leipzig era extremamente difícil, pois a bolsa cobria os custos com as aulas e a estadia de Guilhermina, mas não a do pai nem outras despesas que iam ocorrendo. Apesar da agudização da situação financeira, o regresso de Guilhermina a Portugal foi adiado sucessivamente até à sua apresentação histórica no concerto comemorativo do aniversário da Orquestra Gewandhaus em Fevereiro de 1903. Tinha então 17 anos. Nunca um intérprete tão jovem tinha actuado com a orquestra, muito menos como solista e menos ainda do sexo feminino. O sucesso foi total e, face aos pedidos do público, o maestro pediu-lhe que repetisse toda a actuação. Começava ali o seu sucesso internacional.
Em 1903 regressou ao Porto, conquistando o público portuense. A vida de Guilhermina transformara-se completamente e a partir dessa altura foi acolhida nas salas de concerto de quase toda a Europa.
Em 1906 Suggia encontra-se em Paris a tocar para Casals. Nesse mesmo ano começam a partilhar a mesma casa. O romance com Pablo Casals, encheu as páginas dos jornais. Em 1913 o casal separou-se de forma inesperada, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina mudou-se para Londres no ano seguinte e Casals casa-se com uma cantora norte-americana.
Durante a sua estadia em Londres, tocou em várias orquestras. Os seus recitais no Royal Albert Hall e no Wigmore Hall mereceram as melhores críticas da imprensa. As entradas em palco eram imponentes e as interpretações revelavam um domínio completo do instrumento e a compreensão total das obras tocadas.
Em 1923 o Governo de Portugal agraciou-a com o oficialato da Ordem de Santiago da Espada, uma honra raras vezes concedida a senhoras, e em 1937 foi promovida a comendador da mesma Ordem. Em 1938 foi-lhe concedida a Medalha de Ouro da cidade do Porto.
Apesar de se manter ligada à capital inglesa, Guilhermina tinha adquirido em 1924 uma casa no Porto, onde se veio a casar com um médico. Nos anos 1930 regressou definitivamente à terra natal, actuando em várias cidades.
No final dos anos 1940 promoveu, com a directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação em 1948 no Teatro Rivoli.
Em 1949, já com uma doença grave a afligi-la, ainda criou o Trio do Porto. Em Maio de 1950 tocou pela última vez em público, num recital no Teatro Aveirense.
Em Junho foi sujeita a uma cirurgia numa clínica de Londres, sendo-lhe detectado um tumor canceroso inoperável. Na ocasião foi acarinhada pelos amigos e ficou especialmente sensibilizada pelo bilhete e pelas flores recebidas da Rainha de Inglaterra. Faleceu pouco tempo depois, já na sua casa nortenha.
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