EFEMÉRIDE – François Truffaut, cineasta francês, faleceu em Neuilly-sur-Seine no dia 21 de Outubro de 1984. Nascera em Paris, em 6 de Fevereiro de 1932. Foi um dos fundadores do movimento “Nouvelle Vague” e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. Em cerca de 20 anos de carreira como realizador, dirigiu 26 filmes. Conseguiu ter sucesso tanto junto do público como da crítica. Os temas principais da sua obra foram as mulheres, as paixões e a infância. Além de realizador, Truffaut foi também guionista, produtor e actor.
F. Truffaut só conheceu o pai biológico em 1968, tendo sido criado pelos avós maternos, já que a mãe o rejeitara. O avô era um homem rígido, enquanto a avó lhe despertou a paixão pelas artes. Com sete anos, viu o primeiro filme, “Paradis perdu” de Abel Gance. Dali em diante, interessou-se sobremaneira pela sétima arte. Aos 10 anos, perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com o arquitecto decorador Roland Truffaut. Este acabou por o registar com o seu apelido. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado tanto pelo pai adoptivo como pela mãe, o seu espírito rebelde transformou-o num mau aluno e levou-o a cometer alguns actos de delinquência, como pequenos roubos. Esta fase da sua vida inspiraria Truffaut no seu primeiro grande trabalho no cinema, o autobiográfico “Os Incompreendidos/Os 400 golpes” (1958), Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes.
Costumava faltar às aulas para assistir às escondidas a muitos filmes. Aos 14 anos, abandonou a escola definitivamente e passou a viver de pequenos trabalhos e alguns furtos. A paixão pelo cinema fez com que ele fundasse, em 1947, um cineclube chamado "Cercle cinémane". Aquela era uma época de enorme efervescência cultural na França pós II Guerra Mundial e os cineclubes estavam sempre cheios, sendo locais onde, para além de se assistir às projecções, se discutiam os filmes logo em seguida. Mas o "Cercle" não teria uma vida longa, já que concorria com o "Travail et culture", cineclube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Este soube que o "Cercle" estava à beira da falência e foi conhecer Truffaut. Sensibilizado com o “menino cinéfilo”, o crítico tornar-se-ia uma espécie de pai para ele.
A influência de Bazin na vida de François Truffaut foi decisiva. O jovem tornou-se autodidacta, esforçando-se por ver três filmes por dia e ler três livros por semana. Ele chegou a fazer um acordo com o pai adoptivo, para que ele lhe custeasse as despesas derivadas da sua vida cinéfila. Em troca, Roland Truffaut exigiu que François procurasse um emprego estável e abandonasse o cineclube. Mas o garoto não cumpriu o acordo e Roland Truffaut internou-o num reformatório juvenil em Villejuif, sob custódia da polícia. Os psicólogos do reformatório contactaram André Bazin, que prometeu dar-lhe um emprego. Sob liberdade condicional, Truffaut ingressou num lar religioso em Versalhes, mas seis meses depois foi expulso por mau comportamento.
Secretário pessoal de Andre Bazin, aos 18 anos, François Truffaut obteve a emancipação civil. Bazin continuou a dar-lhe a formação adequada ao cinema, introduzindo-o no “Objectif 49”, um selecto grupo de jovens estudiosos do novo cinema da época, que incluía Orson Welles e Roberto Rossellini. Mais tarde, Jean-Luc Godard integraria também o grupo.
Em Abril de 1950 foi contratado como jornalista pela revista “Elle” e aqui começou a escrever os seus primeiros textos.
Em Abril de 1951 foi fundada uma nova revista sobre cinema. "Cahiers du cinéma" tornar-se-ia a mais influente publicação cinematográfica francesa. Em 1953, Bazin ajudou Truffaut a ingressar na revista. Logo com o seu primeiro artigo, “Uma certa tendência do cinema francês”, causou polémica nos meios cinematográficos, tanto para o defender como para o criticar. Ao longo de seis anos, Truffaut publicou 170 artigos, a maioria dos quais foram críticas de filmes e entrevistas com realizadores.
Iniciou-se na realização de filmes em 1954. Salienta-se “A Noite Americana”, de 1973, que viria a ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1975. François Truffaut recusou uma proposta da Warner Brothers para re-filmar “Casablanca”. Quatro anos depois, actuou em “Contactos Imediatos do Terceiro Grau” de Steven Spielberg. Em Outubro de 1979, François Truffaut aceitou o cargo de presidente da "Federação International dos Cineclubes".
Apoiou a eleição do socialista François Mitterrand para a presidência da República Francesa. Mitterrand quis depois condecorá-lo com a "Legião de Honra" o que não chegou a acontecer. Truffaut começou a queixar-se de intensas dores de cabeça. Descobriu mais tarde que tinha um tumor no cérebro. Faleceu pouco tempo depois, aos 52 anos, no Hospital Americano em Neuilly-sur-Seine.
F. Truffaut só conheceu o pai biológico em 1968, tendo sido criado pelos avós maternos, já que a mãe o rejeitara. O avô era um homem rígido, enquanto a avó lhe despertou a paixão pelas artes. Com sete anos, viu o primeiro filme, “Paradis perdu” de Abel Gance. Dali em diante, interessou-se sobremaneira pela sétima arte. Aos 10 anos, perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com o arquitecto decorador Roland Truffaut. Este acabou por o registar com o seu apelido. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado tanto pelo pai adoptivo como pela mãe, o seu espírito rebelde transformou-o num mau aluno e levou-o a cometer alguns actos de delinquência, como pequenos roubos. Esta fase da sua vida inspiraria Truffaut no seu primeiro grande trabalho no cinema, o autobiográfico “Os Incompreendidos/Os 400 golpes” (1958), Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes.
Costumava faltar às aulas para assistir às escondidas a muitos filmes. Aos 14 anos, abandonou a escola definitivamente e passou a viver de pequenos trabalhos e alguns furtos. A paixão pelo cinema fez com que ele fundasse, em 1947, um cineclube chamado "Cercle cinémane". Aquela era uma época de enorme efervescência cultural na França pós II Guerra Mundial e os cineclubes estavam sempre cheios, sendo locais onde, para além de se assistir às projecções, se discutiam os filmes logo em seguida. Mas o "Cercle" não teria uma vida longa, já que concorria com o "Travail et culture", cineclube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Este soube que o "Cercle" estava à beira da falência e foi conhecer Truffaut. Sensibilizado com o “menino cinéfilo”, o crítico tornar-se-ia uma espécie de pai para ele.
A influência de Bazin na vida de François Truffaut foi decisiva. O jovem tornou-se autodidacta, esforçando-se por ver três filmes por dia e ler três livros por semana. Ele chegou a fazer um acordo com o pai adoptivo, para que ele lhe custeasse as despesas derivadas da sua vida cinéfila. Em troca, Roland Truffaut exigiu que François procurasse um emprego estável e abandonasse o cineclube. Mas o garoto não cumpriu o acordo e Roland Truffaut internou-o num reformatório juvenil em Villejuif, sob custódia da polícia. Os psicólogos do reformatório contactaram André Bazin, que prometeu dar-lhe um emprego. Sob liberdade condicional, Truffaut ingressou num lar religioso em Versalhes, mas seis meses depois foi expulso por mau comportamento.
Secretário pessoal de Andre Bazin, aos 18 anos, François Truffaut obteve a emancipação civil. Bazin continuou a dar-lhe a formação adequada ao cinema, introduzindo-o no “Objectif 49”, um selecto grupo de jovens estudiosos do novo cinema da época, que incluía Orson Welles e Roberto Rossellini. Mais tarde, Jean-Luc Godard integraria também o grupo.
Em Abril de 1950 foi contratado como jornalista pela revista “Elle” e aqui começou a escrever os seus primeiros textos.
Em Abril de 1951 foi fundada uma nova revista sobre cinema. "Cahiers du cinéma" tornar-se-ia a mais influente publicação cinematográfica francesa. Em 1953, Bazin ajudou Truffaut a ingressar na revista. Logo com o seu primeiro artigo, “Uma certa tendência do cinema francês”, causou polémica nos meios cinematográficos, tanto para o defender como para o criticar. Ao longo de seis anos, Truffaut publicou 170 artigos, a maioria dos quais foram críticas de filmes e entrevistas com realizadores.
Iniciou-se na realização de filmes em 1954. Salienta-se “A Noite Americana”, de 1973, que viria a ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1975. François Truffaut recusou uma proposta da Warner Brothers para re-filmar “Casablanca”. Quatro anos depois, actuou em “Contactos Imediatos do Terceiro Grau” de Steven Spielberg. Em Outubro de 1979, François Truffaut aceitou o cargo de presidente da "Federação International dos Cineclubes".
Apoiou a eleição do socialista François Mitterrand para a presidência da República Francesa. Mitterrand quis depois condecorá-lo com a "Legião de Honra" o que não chegou a acontecer. Truffaut começou a queixar-se de intensas dores de cabeça. Descobriu mais tarde que tinha um tumor no cérebro. Faleceu pouco tempo depois, aos 52 anos, no Hospital Americano em Neuilly-sur-Seine.
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