EFEMÉRIDE – João de Barros, considerado o primeiro grande historiador português e pioneiro da gramática de língua portuguesa, morreu em Ribeira de Alitém em 20 de Outubro de 1570. Nascera em Viseu no ano de 1496.
Filho de um nobre, foi educado na corte de Dom Manuel I, no período de maior apogeu dos descobrimentos portugueses, tendo ainda na sua juventude concebido a ideia de escrever uma história dos portugueses no Oriente. A sua prolífica carreira literária iniciou-se tinha ele pouco mais de vinte anos, ao escrever o romance de cavalaria “Crónica do Emperador Clarimundo, donde os Reys de Portugal descendem”, dedicado ao soberano e ao príncipe herdeiro Dom João.
Este último, ao subir ao trono como Dom João III em 1521, concedeu a João de Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, na costa da Guiné, para onde partiu no ano seguinte. Em 1525 foi nomeado tesoureiro da Casa da Índia, missão que desempenhou até 1528.
A peste negra de 1530 levou-o a refugiar-se na sua quinta em Ribeira de Alitém, próximo de Pombal, onde concluiu o seu diálogo moral “Rhopicapneuma”.
Regressado a Lisboa em 1532, o rei designou-o feitor das Casas da Índia e da Mina - uma posição de grande destaque e responsabilidade, numa Lisboa que era então um empório, a nível europeu, para todo o comércio estabelecido com o Oriente. João de Barros provou ser um administrador bom e desinteressado, algo raro para a época, como demonstra o surpreendente facto de ter amealhado pouco dinheiro com este cargo, enquanto os seus antecessores haviam acumulado grandes fortunas.
Em 1534 Dom João III, procurando atrair colonos para se estabelecerem no Brasil, para evitar as tentativas de penetração francesa, dividiu a colónia em capitanias hereditárias, seguindo um sistema que já havia sido utilizado nas ilhas atlânticas dos Açores, Madeira e Cabo Verde, com resultados comprovados. No ano seguinte João de Barros foi agraciado com a posse de duas capitanias, em parceria com Aires da Cunha: o Ceará e o Pará. Constituiu a expensas suas uma armada de dez navios e novecentos homens, que para lá zarpou em 1539. Devido talvez à falta de experiência dos seus pilotos, a frota não atingiu o objectivo pretendido, tendo andado à deriva até aportar nas Antilhas espanholas. Demonstrando um grande humanismo pouco frequente, pagou as dívidas de todos os que haviam falecido durante a expedição. Daqui resultaram grandes problemas financeiros para João de Barros, com os quais teve que lidar até ao fim da vida, vendo-se mesmo obrigado a hipotecar parte dos seus bens.
Durante todos estes anos prosseguiu os seus estudos durante as horas vagas e, pouco depois da desastrada expedição ao Brasil, publicou a “Gramática da Língua Portuguesa”. Pouco tempo depois, iniciou a escrita de uma história que narraria os feitos dos portugueses na Índia, agrupados por décadas. Publicou três, deixando a quarta inacabada.
Em Janeiro de 1568 sofreu um acidente vascular cerebral e foi exonerado das suas funções na Casa da Índia, recebendo um título de fidalguia e uma tença régia do rei Dom Sebastião. Morreu na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.
Como historiador e linguista, João de Barros merece a fama que começou a ter logo após a sua morte. As suas "Décadas" são um precioso manancial de informações sobre a história dos portugueses na Ásia e constituem o início da historiografia moderna em Portugal e no Mundo.
Em 1994, João de Barros foi representado nas notas de banco portuguesas de 500 escudos.
Filho de um nobre, foi educado na corte de Dom Manuel I, no período de maior apogeu dos descobrimentos portugueses, tendo ainda na sua juventude concebido a ideia de escrever uma história dos portugueses no Oriente. A sua prolífica carreira literária iniciou-se tinha ele pouco mais de vinte anos, ao escrever o romance de cavalaria “Crónica do Emperador Clarimundo, donde os Reys de Portugal descendem”, dedicado ao soberano e ao príncipe herdeiro Dom João.
Este último, ao subir ao trono como Dom João III em 1521, concedeu a João de Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, na costa da Guiné, para onde partiu no ano seguinte. Em 1525 foi nomeado tesoureiro da Casa da Índia, missão que desempenhou até 1528.
A peste negra de 1530 levou-o a refugiar-se na sua quinta em Ribeira de Alitém, próximo de Pombal, onde concluiu o seu diálogo moral “Rhopicapneuma”.
Regressado a Lisboa em 1532, o rei designou-o feitor das Casas da Índia e da Mina - uma posição de grande destaque e responsabilidade, numa Lisboa que era então um empório, a nível europeu, para todo o comércio estabelecido com o Oriente. João de Barros provou ser um administrador bom e desinteressado, algo raro para a época, como demonstra o surpreendente facto de ter amealhado pouco dinheiro com este cargo, enquanto os seus antecessores haviam acumulado grandes fortunas.
Em 1534 Dom João III, procurando atrair colonos para se estabelecerem no Brasil, para evitar as tentativas de penetração francesa, dividiu a colónia em capitanias hereditárias, seguindo um sistema que já havia sido utilizado nas ilhas atlânticas dos Açores, Madeira e Cabo Verde, com resultados comprovados. No ano seguinte João de Barros foi agraciado com a posse de duas capitanias, em parceria com Aires da Cunha: o Ceará e o Pará. Constituiu a expensas suas uma armada de dez navios e novecentos homens, que para lá zarpou em 1539. Devido talvez à falta de experiência dos seus pilotos, a frota não atingiu o objectivo pretendido, tendo andado à deriva até aportar nas Antilhas espanholas. Demonstrando um grande humanismo pouco frequente, pagou as dívidas de todos os que haviam falecido durante a expedição. Daqui resultaram grandes problemas financeiros para João de Barros, com os quais teve que lidar até ao fim da vida, vendo-se mesmo obrigado a hipotecar parte dos seus bens.
Durante todos estes anos prosseguiu os seus estudos durante as horas vagas e, pouco depois da desastrada expedição ao Brasil, publicou a “Gramática da Língua Portuguesa”. Pouco tempo depois, iniciou a escrita de uma história que narraria os feitos dos portugueses na Índia, agrupados por décadas. Publicou três, deixando a quarta inacabada.
Em Janeiro de 1568 sofreu um acidente vascular cerebral e foi exonerado das suas funções na Casa da Índia, recebendo um título de fidalguia e uma tença régia do rei Dom Sebastião. Morreu na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.
Como historiador e linguista, João de Barros merece a fama que começou a ter logo após a sua morte. As suas "Décadas" são um precioso manancial de informações sobre a história dos portugueses na Ásia e constituem o início da historiografia moderna em Portugal e no Mundo.
Em 1994, João de Barros foi representado nas notas de banco portuguesas de 500 escudos.
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