EFEMÉRIDE – Carlos Paredes, compositor e guitarrista português, nasceu em Coimbra no dia 16 de Fevereiro de 1925. Faleceu em Lisboa, em 23 de Julho de 2004. Grande guitarrista e um símbolo da cultura lusa, foi um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa.
Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo e José Paredes, começou aos quatro anos a estudar guitarra portuguesa com o pai, embora a mãe preferisse que ele se dedicasse ao piano. Frequentou o Liceu Passos Manuel, começando a ter também aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recordou: «Em pequeno, a minha mãe arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram umas senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho».
Em 1934 mudou-se para Lisboa com a família e, sob a orientação do pai, dedicou-se inteiramente à guitarra. Carlos Paredes iniciou em 1939 uma colaboração regular na Emissora Nacional e terminou os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir. Inscreveu-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1957 gravou o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente “Carlos Paredes”.
Em 1958 foi preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar. Acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, seria libertado no final de 1959 e expulso da função pública. Enquanto esteve preso, andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que ele estava louco. De facto, o que ele estava a fazer era a compor músicas na sua cabeça.
Em 1962, o realizador Paulo Rocha convidou-o para compor a banda sonora do filme “Os Verdes Anos”.
Tocou com vários artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo, escreveu muitas músicas para filmes e, em 1967, gravou o seu primeiro LP “Guitarra Portuguesa”.
Depois do 25 de Abril de 1974, os ex-presos políticos eram vistos como heróis, mas Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto. Sobre o tempo em que esteve preso nunca gostava muito de falar. Dizia que havia pessoas que tinham sofrido muito mais do que ele. Percorreu o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas, mantendo sempre uma vida simples e retomando a sua profissão de arquivista de radiografias no Hospital de São José, onde foi reintegrado.
Foram editadas várias compilações de gravações de Carlos Paredes, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta, que uma vez que a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião, ele confessou a um amigo ter pensado em se suicidar.
Uma doença do sistema nervoso central impediu-o de tocar durante os últimos onze anos de vida. Morreu em 2004, na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.
Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo e José Paredes, começou aos quatro anos a estudar guitarra portuguesa com o pai, embora a mãe preferisse que ele se dedicasse ao piano. Frequentou o Liceu Passos Manuel, começando a ter também aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recordou: «Em pequeno, a minha mãe arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram umas senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho».
Em 1934 mudou-se para Lisboa com a família e, sob a orientação do pai, dedicou-se inteiramente à guitarra. Carlos Paredes iniciou em 1939 uma colaboração regular na Emissora Nacional e terminou os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir. Inscreveu-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1957 gravou o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente “Carlos Paredes”.
Em 1958 foi preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar. Acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, seria libertado no final de 1959 e expulso da função pública. Enquanto esteve preso, andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que ele estava louco. De facto, o que ele estava a fazer era a compor músicas na sua cabeça.
Em 1962, o realizador Paulo Rocha convidou-o para compor a banda sonora do filme “Os Verdes Anos”.
Tocou com vários artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo, escreveu muitas músicas para filmes e, em 1967, gravou o seu primeiro LP “Guitarra Portuguesa”.
Depois do 25 de Abril de 1974, os ex-presos políticos eram vistos como heróis, mas Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto. Sobre o tempo em que esteve preso nunca gostava muito de falar. Dizia que havia pessoas que tinham sofrido muito mais do que ele. Percorreu o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas, mantendo sempre uma vida simples e retomando a sua profissão de arquivista de radiografias no Hospital de São José, onde foi reintegrado.
Foram editadas várias compilações de gravações de Carlos Paredes, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta, que uma vez que a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião, ele confessou a um amigo ter pensado em se suicidar.
Uma doença do sistema nervoso central impediu-o de tocar durante os últimos onze anos de vida. Morreu em 2004, na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário