sábado, 4 de fevereiro de 2012




EFEMÉRIDEJosé Cid, cantor, compositor e músico português, nasceu na Chamusca em 4 de Fevereiro de 1942. Mudou-se com os pais para Mogofores, perto de Anadia, aos onze anos de idade.


Iniciou a sua carreira musical em 1956, com a fundação de Os Babies, agrupamento musical que durou até 1958. Aos 17 anos compôs a sua primeira canção, “Andorinha”, um tema com influências do jazz. Em 1960 integrou, em Coimbra, o conjunto Orfeão, com José Niza, Proença de Carvalho e Rui Ressurreição.


Em 1965 abandonou Coimbra, onde frequentava a Faculdade de Direito, sem terminar o primeiro ano. Ingressou no Instituto Nacional de Educação Física, onde tinha como colega um irmão de Michel, membro do conjunto Mistério. Após uma audição, foi convidado para entrar para o grupo, o que daria origem ao Quarteto 1111. Popularizou-se como teclista e vocalista, tendo tido grande êxito com a “A lenda de El-Rei D. Sebastião” (1967), um tema inovador no panorama musical da época. O álbum homónimo dos “1111 esteve para ser editado em 1970, mas não chegou a sair por interferência da Censura.


José Cid também não chegou a concluir o curso de Educação Física, porque em 1968 foi chamado para cumprir o serviço militar. O primeiro disco a solo de José Cid, “Lisboa Camarada”, em 1969, foi proibido pela Censura. Até 1972 permaneceu como oficial miliciano da Força Aérea na base da Ota. Dava aulas de ginástica de manhã, saía à tarde para ensaiar numa garagem e actuava com os “1111” nos fins-de-semana.


Os Green Windows formaram-se em 1972 para o Festival dos Dois Mundos. Tratava-se do Quarteto 1111, mas mais comercial e com algumas das namoradas e esposas dos seus componentes. No ano seguinte, foi lançada a música “Vinte Anos”, que vendeu mais de 100 000 discos.


Uma das suas composições mais conhecidas, “Ontem, hoje e amanhã”, foi premiada no Festival Yamaha de Tóquio em 1975. Foi depois editado “Onde Quando Como Porquê, Cantamos Pessoas Vivas – Obra Ensaio de José Cid”, o último trabalho do Quarteto 1111 antes de o mesmo acabar. Ainda em 1975, foi editado o último single dos Green Windows com José Cid, intitulado “Quadras Populares”.


Fundou o grupo Cid, Scarpa, Carrapa & Nabo, com o qual gravou o tema “Mosca super-star” e o EP “Vida (Sons do Quotidiano)”, em 1977.


Em 1978 lançou o álbum “10 000 anos depois entre Vénus e Marte”, um marco na história do rock progressivo, que viria a obter reconhecimento a nível internacional, sendo incluído numa lista dos Cem Melhores Álbuns de Rock Progressivo do Mundo, organizada pela revista americana “Billboard”.


Em 1979 gravou o disco “José Cid canta Coisas Suas”, que inclui temas muito populares até aos dias de hoje, como “Na Cabana Junto à Praia”, que se classificou no 3º lugar do Festival OTI da Canção.


Após várias participações, venceu o Festival RTP da Canção em 1980 com a música “Um grande, grande amor”.


Em 1984 gravou para a RTPMúsica Portuguesa”, voltando a reunir o Quarteto 1111 e fazendo-se acompanhar pelos músicos da banda Tribo. Em 1985 participou no disco solidário “Abraço a Moçambique”.


Surpreendeu tudo e todos em 1987 ao lançar um disco composto unicamente de fados, designado por “Fado de Sempre”.


Em 1992 gravou o disco “Camões, as descobertas... e nós”, de José Cid e Amigos, que teve a participação de Pedro Caldeira Cabral, António Pinto Basto, Rita Guerra, Jorge Palma, Carlos do Carmo e Paulo Bragança.


Em 1994 lançou o álbum “Vendedor de Sonhos”. Fez estalar então uma grande polémica, ao posar nu para uma revista social, apenas com esse disco de ouro a tapar as suas partes íntimas. A intenção foi a de «protestar contra a forma como as rádios desprezavam os intérpretes portugueses, incluindo ele próprio, em proveito de intérpretes estrangeiros».


Em 1996 foi editado o álbum “Pelos Direitos do Homem”, dedicado à causa da independência de Timor-Leste, tendo recebido uma carta de Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, a agradecer-lhe a solidariedade. Participaram vários cantores nesse disco, tais como Miguel Ângelo, Sara Tavares e Olavo Bilac.


Venceu o Festival da Canção de 1998, com os Alma Lusa e o tema “Se Te Pudesse Abraçar”. Lançou o disco “Ode a Frederico Garcia Lorca”, que juntou as guitarras de Coimbra à poesia de Lorca, no ano de celebração do centenário do poeta espanhol. Em 2000 publicou o livro “Tantos anos de poesia”.


Em 2003 foi editado o CD duplo “Antologia – Nasci P'rá Música”, que reuniu alguns dos maiores êxitos de José Cid, gravados entre 1977 e 1985.


O ano de 2007 foi o da consagração, com uma presença assídua em diversos programas televisivos e vários concertos. Em 2009 recebeu o Prémio de Carreira concedido pela Sociedade Portuguesa de Autores, prémio anteriormente atribuído nas áreas de literatura, teatro e cinema, sendo o primeiro músico a ser distinguido.


Foi casado três vezes. Assume-se como monárquico e anarquista. Para além da música, a sua paixão são os cavalos. O seu sucesso ultrapassa fronteiras, estendendo-se a Espanha, Estados Unidos, França, Suíça e Alemanha.

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