sexta-feira, 20 de abril de 2012

EFEMÉRIDE – Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, militar, explorador e administrador colonial português, nasceu em Cinfães no dia 20 de Abril de 1846. Morreu em Lisboa, em 28 de Dezembro de 1900. Ingressou no Colégio Militar com dez anos e, aos dezassete, tornou-se no seu primeiro “comandante de batalhão” (aluno).
Viajou pela primeira vez até à África Oriental em 1869, numa expedição ao rio Zambeze. Integrava uma coluna, cujo objectivo conhecido era o de enfrentar as milícias do Bonga, que já tinham infligido várias e humilhantes derrotas às tropas portuguesas. Serpa Pinto ocupava-se de avaliar a rede hidrográfica e a topografia local, pelo que se pode supor que a finalidade não era apenas bélica, mas de interesse estratégico no reconhecimento e posterior controlo da região.
Em 1877, explorou a costa oeste de Angola, integrando uma expedição que partiu de Benguela e que contava com a participação de Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo. Por alturas do Bié, houve uma cisão no grupo e Serpa Pinto prosseguiu, por sua conta e risco, uma travessia solitária. A sua viagem terminou em 1879, tendo atravessado as bacias dos rios Congo e Zambeze, Angola e parte das actuais Zâmbia, Zimbabwe e África do Sul. A expedição de Serpa Pinto tinha como objectivo fazer o reconhecimento do território e efectuar a cartografia do interior do continente africano, para preparar a entrada de Portugal nas discussões pela ocupação de territórios até então utilizados apenas como entrepostos comerciais ou destino de degredados.
A aventura de Serpa Pinto, uma travessia solitária e arriscada, moldou a imagem de um homem intrépido e concedeu-lhe uma aura de heroicidade, muito necessária numa época em que Portugal atravessava uma grave crise política e moral. Nesse sentido, a sua figura foi explorada como o “herói das novas descobertas”, que já não passavam apenas por sulcar os mares mas também por desbravar as selvas e savanas de África, e como forma de manter o prestígio internacional na arena diplomática europeia.
Foi nomeado cônsul-geral para o Zanzibar em 1885 e governador-geral de Cabo Verde em 1894. Tanto o Rei D. Luís I, como o seu filho D. Carlos I, nomearam-no seu Ajudante de Campo e o segundo concedeu-lhe o título de Visconde de Serpa Pinto (1899). Estava conotado com a ala direita dos partidos monárquicos, por um dos quais foi três vezes deputado (Partido Regenerador).
Publicou “Como eu atravessei África”, uma obra em dois volumes, que foi traduzida para as línguas inglesa e francesa.
A vila de Menonge, no sudeste de Angola, foi chamada Serpa Pinto até 1975. O seu nome foi também dado a várias ruas de Portugal, nomeadamente em Lisboa e no Porto. Em Cinfães, existe um museu a ele consagrado e, em São Filipe, na Ilha do Fogo, Cabo Verde, foi erigido um monumento em sua memória numa praça que tem igualmente o seu nome.

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