EFEMÉRIDE – Zhāng Yìmóu, realizador de cinema chinês, nasceu em Xian no dia 14 de Novembro de 1951.
Quando da Revolução Cultural em 1966, foi obrigado a interromper os estudos e foi trabalhar durante três anos numa quinta. Seguidamente, passou sete anos num atelier de tecelagem. Durante estes períodos, ocupava os seus tempos livres a pintar e a tirar fotografias.
Na reabertura da Universidade de Cinema de Pequim em 1978, com 27 anos, tentou inscrever-se em Realização, mas já tinha ultrapassado a idade limite para admissão. Face à sua insistência, os serviços do ministério da Cultura aceitaram admiti-lo no sector de Filmagens. Diplomou-se em 1982, juntamente com Chen Kaige e Tian Zhuangzhuang (eles em Realização). Os três são considerados os líderes da “5ª geração”, grupo de cineastas chineses que estudou o cinema depois da Revolução Cultural. Influenciados pela Nouvelle Vague francesa, ousaram reivindicar mais liberdade nas suas criações e evocar a herança maoista, mas de um modo crítico. Como Director de Fotografia, trabalhou com Chen Kaige nos seus dois primeiros filmes: “Terra Amarela” e “A Grande Parada”.
Em 1987, realizou a sua primeira longa-metragem “Sorgo Vermelho”, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 1988. A actriz Gong Li, que foi sua esposa até 1995, protagonizou os seus sete primeiros filmes, voltando a entrar depois na longa-metragem “Cidade Proibida” em 2006.
Zhāng Yìmóu realizou numerosos filmes importantes, quase todos eles marcados pela beleza das imagens e pela crítica subjacente aos modelos históricos chineses (o feudalismo imperial, a revolução cultural de Mao, a república de Deng Xiaoping, etc.). Alguns filmes tornaram-no conhecido no Ocidente e permitiram-lhe ganhar vários prémios em festivais internacionais. As suas obras caracterizam-se igualmente por uma estética exótica, própria para maravilhar os espectadores pela magnificência dos cenários e do guarda-roupa. Elas denotam também o cuidado extremo com que ele trata todos os detalhes.
Mais tarde, abandonou o chamado “cinema de autor”, para se dedicar aos grandes espectáculos com efeitos especiais. Acusaram-no então de deixar o cinema contestatário, para se tornar o realizador oficial da República Popular da China. Realizou igualmente, para a cidade de Yangshuo, um espectáculo “Som e Luz”, com 600 participantes, cantores e dançarinos, ao ar livre. O espectáculo, passagem obrigatória para todos os turistas desde 2003, valorizou as paisagens, as populações, particularmente os pescadores, os grupos femininos e o folclore local.
Foi escolhido para conceber o espectáculo da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, substituindo Steven Spielberg que abandonara o projecto por razões políticas.
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