EFEMÉRIDE – Baltasar Gracián y Morales, teólogo, filósofo e importante escritor espanhol do século XVII, ao lado de autores como Francisco de Quevedo e Miguel de Cervantes, morreu em Tarazona no dia 6 de Dezembro de 1658. Nascera em Belmonte del Río Perejil (renomeada em 1985 Belmonte de Gracián, em sua homenagem) em 8 de Janeiro de 1601.
É conhecido como líder do conceptismo, estilo literário caracterizado pela sobriedade e a concisão. A sua obra inclui livros sobre a arte da escrita e outros sobre a ética da vida, alguns dos quais publicou usando o semi-pseudónimo Lorenzo Gracián.
Escritor do Século de Ouro espanhol, entre a sua prosa didáctica destaca-se “A Arte da Prudência”. Gracián influenciou pensadores como La Rochefoucauld, Voltaire, Jacques Lacan e – principalmente – os filósofos Schopenhauer e Nietzsche.
Estudou na Escola Jesuíta de Saragoça de 1616 a 1619, tendo-se tornado noviço aos 18 anos. Em 1621, estudou filosofia em Calatayud e, em 1623, teologia em Saragoça. Foi ordenado padre em 1627, depois de ter ingressado na Companhia de Jesus, tornando-se um pregador de renome. Foi reitor dos colégios jesuítas de Tarragona e Valência.
Em 1646, foi capelão do exército na Batalha de Lérida contra os franceses, tendo sido muito elogiado pelo seu zelo. Desta batalha, deixou interessante descrição epistolar.
Baltasar era mestre na arte da vida. No seu livro “A Arte da Prudência”, dissertou sobre as relações humanas, tendo como princípio a instabilidade do Homem no campo emocional. Este livro funciona como manual de estratégia para bem viver, mas não usa sentimentalismos nem utopias. O seu modo de pensar baseava-se na realidade dos factos. Para Gracián, o ser humano é imprevisível e age sempre em busca dos seus próprios interesses. Ser precavido ante as circunstâncias para obter o equilíbrio é a base dos seus ensinamentos.
Algumas atitudes menos próprias, segundo os seus superiores, e o facto de nunca ter pedido autorização para publicar os seus livros, levaram a que fosse sancionado pelo Superior Geral, tendo de se exilar em Graus, onde foi posto “a pão e água”. Em virtude da sua saúde se deteriorar rapidamente, foi autorizado a voltar a Tarazona, o que constituiu uma meia reabilitação. Morreu no ano seguinte.
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