EFEMÉRIDE – Christa (Ihlenfeld) Wolf, romancista, ensaísta e crítica literária alemã, morreu em Berlim no dia 1 de Dezembro de 2011. Nascera em Landsberg an der Warthe, em 18 de Março de 1929. É a escritora mais célebre da ex República Democrática Alemã (RDA) e uma das mais importantes da Alemanha contemporânea.
Após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial em 1945, mudou-se com os seus familiares para Mecklembourg na Alemanha Oriental. Obteve o bacharelato em 1949 e fez os estudos de germânicas em Iéna e Leipzig. Casou-se em 1951, com o escritor Gerhard Wolf.
Trabalhou como colaboradora científica da União dos Escritores da RDA, como leitora de várias editoras e como redactora da revista “Nova Literatura Alemã” (“Neue Deutsche Literatur”). De 1955 a 1977, foi membro do comité director da União dos Escritores da RDA. A partir de 1962, fez da escrita a sua profissão, começando por escrever cartas e diários íntimos.
Viveu em Kleinmachnow entre 1962 e 1976, ano em que se instalou em Berlim. Em 1972, fez uma viagem a Paris e, em 1984, tornou-se membro da Academia Europeia das Ciências e das Artes na capital francesa. Dois anos depois, aderiu à Academia Livre das Artes (Freien Akademie der Künste) em Hamburgo. Efectuou várias viagens de estudo, tendo estado na Suécia, Finlândia, França e Estados Unidos.
A sua obra reflecte as experiências vividas durante a Segunda Guerra Mundial e a sua vida durante o pós-guerra. Entre os seus livros, salientam-se: “O céu dividido” (1963), seu primeiro romance, que foi adaptado ao cinema um ano mais tarde; “Reflexões sobre Christa T.” (1968), severamente criticado na Alemanha Oriental; “Cassandra” (1983), o seu livro mais lido, que vincula o poder nuclear e o patriarcal; “O que resta” (1990), que trata da vigilância do governo e os seus próprios contactos com a polícia secreta; e “Medea: Stimmen”, que reelabora o mito trágico grego.
Depois da reunificação das duas alemanhas, as suas obras deram lugar a algumas controvérsias. A crítica, na Alemanha Ocidental, acusava-a de nunca ter censurado o autoritarismo reinante na RDA. Os seus defensores, pelo contrário, reconheciam a importância de Christa Wolf como voz característica da Alemanha Oriental.
As suas obras foram traduzidas em numerosas línguas. Entre as várias distinções nacionais e internacionais que recebeu, sobressaem: em 1963, o Prémio Heinrich Mann; em 1964 e 1987, o Prémio Nacional da RDA (National Preis der DDR); em 1983, o Schiller-Gedächtnispreis; e, em 2010, pelo “conjunto da sua obra” recebeu o Prémio Thomas-Mann, que acabava de ser criado na Alemanha. Segundo o júri deste último prémio «a obra de Christa Wolf examina os combates, as esperanças e os erros do seu tempo, de uma maneira crítica e auto-crítica, com descrições fortes, sérias e moralmente profundas».
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