EFEMÉRIDE – Jean Mermoz, aviador francês, figura lendária da Aéropostale, conhecido pelo “Arcanjo”, desapareceu no oceano Atlântico em 7 de Dezembro de 1936. Nascera em Aubenton, Aisne, no dia 9 de Dezembro de 1901.
Aos 19 anos, alistou-se na aviação militar. Depois de ter pertencido a uma esquadrilha do Regimento de bombardeamento de Metz-Frescaty, partiu em 1922 para a Síria, país no qual realizou seiscentas horas de voo em 18 meses e onde “descobriu” o deserto, quando de uma aterragem forçada. Regressou a França, mas rebelando-se contra a disciplina militar, procurou emprego na aviação civil, sendo admitido nas Linhas Aéreas Latécoère em 1924.
Trabalhou nas oficinas durante três semanas, até chegar o dia do teste que oficializaria a sua admissão como piloto. As suas acrobacias desagradaram ao director da companhia, Didier Daurat, tido como extremamente rigoroso: «Aqui não contratamos acrobatas. Se o senhor quer fazer circo, deve procurar outro lugar».
Começou como mecânico, mas foi em breve colocado como piloto de um Breguet XIV, na linha Toulouse/Barcelona. O voo, que atravessava os Pirenéus, era um desafio para os aviões da época. Em 1925, efectuou os voos Barcelona/Málaga e, em 1926, tomou a seu cargo a ligação Casablanca/Dakar. Em Maio de 1926, perdido no meio do deserto com um mecânico, foi capturado pelos moiros e libertado algum tempo depois em troca de um resgate.
Em Outubro de 1927, acompanhado de Négrin, fez um voo sem escala de Toulouse a Saint-Louis du Sénégal a bordo de um Laté 26. No entanto, devido a um incidente à aterragem, a travessia do Atlântico Sul que projectavam fazer em seguida teve de ser adiada. Ainda em 1927, o presidente da Aéropostale, companhia que sucedeu às Linhas Aéreas Latécoère, enviou Mermoz ao Rio de Janeiro para estudar e desenvolver novas ligações na América do Sul. Para isso, era necessário conseguir ultrapassar a cordilheira dos Andes. Durante uma tentativa, Mermoz teve de aterrar no cimo de uma montanha. Descolou acrobaticamente, lançando o avião na direcção de um precipício, conseguindo aumentar a velocidade com uma descida a pique e subindo depois para ultrapassar a cordilheira. Em Julho de 1929, seria aberta a linha dos Andes com o piloto Henri Guillaumet.
Realizou a primeira viagem transatlântica para o transporte de correio – sem nenhuma escala – de Saint-Louis du Sénégal, de onde partiu em 12 de Maio de 1930, chegando a Natal, no Brasil, 21 horas e 10 minutos depois, tendo percorrido uma distância de 3 173 km, a bordo de um hidroavião Laté 28-3.
Em 1936, aos 35 anos, Jean Mermoz e a sua tripulação desapareceram no Atlântico, a bordo da “Cruz do Sul”, um hidroavião Latécoère 300. Seria a sua 25ª e última travessia do Atlântico Sul. Desaparecia assim um herói da aviação francesa.
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