EFEMÉRIDE – Joseph Conrad, de seu verdadeiro nome Teodor Józef Konrad Korzeniowski Nałęcz, escritor britânico de origem polaca, nasceu em Berdyczew, na Ucrânia (Império Russo), em 3 de Dezembro de 1857. Morreu em Bishopsbourne no dia 3 de Agosto de 1924. É considerado um dos mais importantes escritores ingleses do século XX.
Conrad foi educado na Polónia. O pai, um membro da nobreza, pertencia à Resistência, tendo sido preso em 1861 e condenado ao exílio no norte da Rússia e, dois anos mais tarde, no nordeste da Ucrânia. A família acompanhou-o.
A mãe morreu de tuberculose (1865) e, quatro anos mais tarde, também faleceu o pai, que tinha sido entretanto autorizado a fixar-se em Cracóvia, uma cidade então austríaca. Estas traumáticas experiências de infância, viriam a ser tema de alguns dos seus livros, como o romance “Heart of Darkness” (“Coração das Trevas”).
Órfão aos onze anos, foi colocado sob a custódia de um tio, que morava em Cracóvia, pessoa cautelosa mas que, não obstante, permitiu que ele viajasse para Marselha para iniciar a carreira de marinheiro, com a idade de 17 anos. Em 1878, depois de uma tentativa falhada de suicídio, Conrad passou a servir num barco britânico, para evitar o serviço militar russo.
Aos 21 anos, já tinha aprendido inglês, língua que mais tarde dominaria com excelência, assim como o francês, o alemão e naturalmente o polaco. Obteve o brevet de capitão de longo curso da marinha mercante em 1886 e tornou-se cidadão britânico. Viveu em Londres e, posteriormente, perto de Cantuária.
Em 1896, descontente com o rumo da sua vida, escreveu a um amigo dizendo que «só lhe restava a literatura como meio de subsistência». No mesmo ano, esteve alguns meses na Bretanha, em França, onde a vida era menos dispendiosa que em Londres. Ali escreveu alguns dos seus textos. Ainda em 1896, publicou o seu primeiro livro, “A Loucura Almayer”, onde descreve a perdição de um ocidental na Malásia. A partir daí, passou a publicar regularmente outros livros, bem recebidos pela crítica, mas o sucesso comercial só chegaria muito tardiamente (1913), talvez devido à complexidade da sua obra. Toda a vida, no entanto, ele afirmou que queria escrever para o grande público.
Foi por vezes rotulado como autor de “romances do mar”, mas a afirmação é tão restritiva como o seria para Herman Melville, sob pretexto deste ser conhecido sobretudo pelo livro “Moby Dick”. A maioria dos livros de Joseph Conrad são romances que não se passam nos oceanos. Há também quem olhe para ele como um precursor do existencialismo. O seu último livro foi “The Rover” (1923), onde conta a história de um pirata que decide reformar-se.
O filósofo Bertrand Russell, que o conhecia, tinha um verdadeiro fascínio pela sua obra, de tal modo que daria mesmo o seu nome (Conrad) a um dos filhos.
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