EFEMÉRIDE – Carmen Dolores Cohen Sarmento, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 22 de Abril de 1924. Sua mãe era de ascendência espanhola e judaica.
Começou a ser conhecida através da rádio, onde se iniciou aos 12 anos. Aos dezanove, estreou-se no cinema como protagonista de “Amor de Perdição”, adaptação de António Lopes Ribeiro do romance de Camilo Castelo Branco. Seguiu-se “Um Homem às Direitas” (1945) de Jorge Brum do Canto, “A Vizinha do Lado” (1945) de Lopes Ribeiro e “Camões” (1946) de Jorge Leitão de Barros.
Surgiu no teatro em 1945, integrada na companhia Os Comediantes de Lisboa, sediada no Teatro da Trindade, somando êxitos sucessivos.
Casou em 1947, com Vítor Manuel Carneiro Veres que, entre outros cargos de relevo, foi Director Geral da Aeronáutica Civil. Em 1951, passou para o palco do Teatro Nacional de D. Maria II, sob a direcção de Amélia Rey Colaço, com diversos sucessos de que se salienta “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett. Em 1959, ganhou o Prémio de Melhor Actriz com a peça “Seis Personagens à procura de um Autor” de Pirandello, distinção que já recebera em 1944 com o filme “Um Homem às Direitas”.
Passou depois pelo Teatri de Sempre de Gino Saviotti, Teatro Nacional Popular de Ribeirinho e, no princípio dos anos 1960, com Rogério Paulo, Fernando Gusmão e Armando Cortez, fundou o Teatro Moderno de Lisboa, no palco do Império, facto que constituiu um marco importante na história do teatro independente, levando à cena novas encenações de peças de autores consagrados como Dostoievski, Shakespeare, Strindberg e José Cardoso Pires. Viveu depois sete anos em Paris, acompanhando o seu marido.
Na década de 1980, trabalhou no cinema com José Fonseca e Costa, em “A Mulher do Próximo” (1988) e “Balada da Praia dos Cães” (1987). Em 1998, foi dirigida por Diogo Infante em “Jardim Zoológico de Cristal” de Tennessee Williams, no Teatro Nacional.
Apareceu esporadicamente em televisão: nas telenovelas “Passerelle” (1988), “A Banqueira do Povo” (1993) e “A Lenda da Garça” (1999); e nas séries “A Viúva do Enforcado” (1993) e “Casa da Saudade” (2000).
As suas interpretações trouxeram-lhe sempre o apreço unânime da crítica. Em 1959, recebeu a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e, em 2005, o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Entre as inúmeras distinções recebidas, salientam-se ainda: Prémio de Popularidade (1962) como actriz de teatro radiofónico; Prémio Nacional de Teatro e Prémio da Imprensa (1969) pela sua interpretação em “A Dança da Morte” de Strindberg; Prémio de Crítica (1985) em “Virgínia” (Vida de Virgínia Woolf) de Edna O'Brian; Medalha de Mérito Cultural (1991) da Secretaria de Estado da Cultura; Prémio da Casa da Imprensa (1998) pelo seu o trabalho em “Jardim Zoológico de Cristal” de Tennessee Williams; e o Globo de Ouro de Melhor Actriz de Teatro (2003).
Em 1998, foi distinguida igualmente pela Federação Iberolatina Americana de Artistas Intérpretes ou Executantes pela sua trajectória profissional e humana. Em 2003, foi editado um CD com interpretações suas de poesia: “Poemas Da Minha Vida”. Enviuvou em 2011.
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