EFEMÉRIDE – George Balanchine, de seu verdadeiro nome Giorgi Melitonovich Balanchivadze, bailarino e coreógrafo russo de origem georgiana, morreu em Nova Iorque no dia 30 de Abril de 1983. Nascera em São Petersburgo , em 22 de Janeiro de 1904.
Influenciado pelos pais, que eram compositores, Giorgi ingressou aos nove anos na Escola dos Ballets Imperiais de São Petersburgo. Depois, estudou piano, musicologia, composição, harmonia e contraponto no Conservatório de Leninegrado, o que fez com que se viesse a tornar, segundo críticos da época, o coreógrafo com mais conhecimentos musicais daquele tempo. Estreou-se como coreógrafo em 1923, com um pequeno grupo de bailarinos, e no ano seguinte, já com a sua companhia, denominada Os Bailarinos do Estado Russo, fez uma tournée pelo estrangeiro, que ele aproveitou para ficar no Ocidente e não regressar à União Soviética.
Foi então convidado por Diaghilev para ingressar nos Ballets Russos. Poria entretanto termo à sua carreira de bailarino, em virtude de uma grave lesão num joelho, que lhe limitava os movimentos. Nesta companhia, criou importantes coreografias como “La Pastorale ”, “Jack in the Box” e “Triumph of Neptune”. Depois da morte de Diaghilev, os Ballets Russos desagregaram-se e Balanchine passou a trabalhar, sucessivamente, noutros projectos: em Londres, Copenhaga, Paris e Monte Carlo.
Em 1933, emigrou para os Estados Unidos, aceitando o convite de Lincoln Kirstein, que sonhava criar uma escola e uma companhia de ballet na América. Balanchine desenvolveu uma dança totalmente nova, a partir dos estilos do ballet clássico francês, italiano e russo. Teve uma longa colaboração com Igor Stravinsky e, em 1934, fundou em Nova Iorque a School of American Ballet. Em 1948, criou o New York City Ballet, passando então a trabalhar como mestre de ballet e seu principal coreógrafo, até ao fim da vida.
Com toda a sua enorme trupe de bailarinos, mudou-se em 1964 para o New York State Theater, instalado no Lincoln Center, que fora especialmente construído para ele. Quando morreu, vítima da doença de Creutzfeldt-Jakob, os bailarinos oriundos da sua companhia dirigiam mais de dez grupos de ballet nos Estados Unidos, Suíça e Japão.
Balanchine é reconhecido como o coreógrafo que revolucionou o pensamento e a visão sobre a dança no mundo, sendo responsável pela fusão dos conceitos modernos e tradicionais do ballet clássico. Foi o verdadeiro criador do bailado contemporâneo e uma das suas figuras mais influentes.
Fez mais de quatrocentas trabalhos de coreografia, tendo criado o seu último ballet, “Variations for Orchestra”, em 1982. A sua produção incluiu ainda coreografias para filmes, óperas e espectáculos musicais.
A vida sentimental de Balanchine foi muito movimentada, tendo-se casado quatro vezes. Nos últimos cinco anos de vida, como resultado da doença que o afligia e que só seria diagnosticada depois da sua morte, foi perdendo o equilíbrio, a vista e a audição, tendo ficado paralisado em 1982.
George Balanchine escreveu acerca do ballet: «Devemos compreender que a dança é uma arte independente e não um mero acompanhamento. É uma das grandes artes. O mais importante é o movimento em si mesmo. Um ballet pode conter uma história, mas o espectáculo visual é o seu elemento essencial».
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