sábado, 6 de abril de 2013

6 DE ABRIL - FÉLIX NADAR

EFEMÉRIDEFélix Nadar, de seu verdadeiro nome Gaspard-Félix Tournachon, aeronauta, fotógrafo, caricaturista e jornalista francês, nasceu em Paris no dia 6 de Abril de 1820. Morreu na mesma cidade em 21 de Março de 1910.
Tendo ficado órfão de pai, teve de trabalhar ainda muito jovem para ajudar à subsistência da mãe e do irmão, cinco anos mais novo. Trabalhou muito e recorreu a vários expedientes, como escrever romances e desenhar caricaturas. Graças à ajuda financeira de um amigo, lançou-se – aos 19 anos – na criação de uma revista de prestígio, “Le Livre d’or”, da qual foi chefe de redacção. Beneficiando das suas relações, assegurou a colaboração de personalidades como Balzac, Alexandre Dumas, Théophile Gautier e Gérard de Nerval. Esta aventura acabaria no 9º número.
Retomou o trabalho como caricaturista em várias gazetas. Nas vésperas da Revolução de 1848, obteve a consagração com o seu primeiro desenho publicado no jornal “Le Charivari”. Em Março de 1848, alistou-se na legião polaca, juntamente com o irmão, para socorrer a Polónia. Foi feito prisioneiro e colocado a trabalhar numa mina. Dois meses mais tarde, estava de volta a Paris, tendo ido a pé por ter recusado o repatriamento gratuito proposto pelos seus captores. Foi então contactado pelo governo provisório, para que lhe prestasse alguns “serviços”. Tornou-se assim agente secreto, durante algum tempo, obtendo informações sobre os movimentos das tropas russas na fronteira prussiana. De regresso a Paris, criou a “Revue comique” e o “Petit journal pour rire”.
Tirou as primeiras fotografias em 1853 e, em 1858, ao sobrevoar Paris num balão de ar quente, tornou-se na primeira pessoa a tirar fotografias aéreas. Publicou também uma série de retratos fotográficos de artistas seus contemporâneos, como Franz Liszt, Richard Wagner, Charles Baudelaire, Victor Hugo, Jules Verne, Hector Berlioz, Gioachino Rossini, Sarah Bernhardt, Jacques Offenbach, George Sand, Gérard de Nerval, Guy de Maupassant, Édouard Manet e Gustave Doré.
Em 1861, efectuou uma demonstração de fotografia com luz artificial para o jornal “La Presse scientifique” e registou a respectiva patente. Nadar estava consciente do alcance da sua descoberta, que viria possibilitar ao grande público o conhecimento visual do mundo subterrâneo. Lançou-se então nesta nova cruzada, fotografando o subsolo de Paris, as suas catacumbas e os seus esgotos.
Por volta de 1863, construiu um enorme balão de ar quente, com cerca de 40 metros de altura e com capacidade para 6 000 m3 de gás, chamado “O Gigante”, o que inspirou Júlio Verne para a sua obra “Cinco Semanas em Balão”. Foi então criada a Société d’encouragement de la navigation aérienne au moyen du plus lourd que l’air, com Nadar como presidente e Júlio Verne como secretário. Os voos do “Gigante” não tiveram grade sucesso, sofrendo vários acidentes, um dos quais deixou a esposa de Nadar paralisada.  Em 1867, fundou – juntamente com outros apaixonados pelos balões – a revista “L’aéronaute”.
Em 1870/71, quando do cerco de Paris pelos alemães, co-fundou a Compagnie d’Aérostiers, cuja finalidade era a construção de balões militares para os pôr à disposição do governo. Os balões vigiavam o inimigo, fazendo relatórios cartográficos, e transportavam igualmente correio. Foram construídos 66 balões, que transportaram onze toneladas de correio ou seja cerca de dois milhões e meio de cartas. Este primeiro fabrico em série de aeronaves marcou o nascimento oficial da indústria aeronáutica. 
Em Abril de 1874, cedeu o seu estúdio de fotografia a um grupo de pintores (Monet, Renoir, Pissarro, Cézanne, Edgar Degas, etc.), numa altura em que o Impressionismo era rejeitado pela crítica, o que lhes possibilitou a organização da primeira exposição de Impressionismo, sem ser no Salão dos Recusados.
Em 1885, fotografou Victor Hugo no seu leito de morte. Tirou também fotografias de motivos eróticos. Em 1886, acompanhou o filho – que ia fazer uma entrevista ao químico Eugène Chevreul – e aproveitou para tirar fotografias. Este trabalho em conjunto foi publicado em Setembro no “Journal illustré” e pode ser considerado como a primeira reportagem fotográfica realizada simultaneamente com uma entrevista jornalística.
Em 1900, conheceu a glória, na Exposição Universal de Paris, com uma retrospectiva da sua obra, organizada pelo filho. Morreu duas semanas antes de completar 90 anos de idade.

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