EFEMÉRIDE
– Nathuram Vinayak Godse, nacionalista indiano que assassinou Mahatma
Gandhi, nasceu em Baramati no dia 19 de Maio de 1910. Morreu enforcado na
prisão de Ambala, na província de Punjab, em 15 de Novembro de 1949. Achava que
Gandhi era responsável pelo enfraquecimento do novo governo indiano, ao
insistir no pagamento de certas dívidas ao Paquistão.
Pertencia
a uma família brâmane muito tradicionalista. Apesar de parecer estar vocacionado para um grande destino religioso, acabou por fracassar neste desígnio e teve mesmo
dificuldades em arranjar um emprego estável. Em 1947, era um simples alfaiate,
que se interessava sobretudo pela política. Sob a influência de Vinayak Damodar
Savarkar, político, filósofo e nacionalista hindu, tornou-se chefe de redacção do
semanário pró hindu “Mahasabha”.
Depois
da separação da Índia e do Paquistão em 1947, os hindus e os muçulmanos
afrontaram-se com violência. Gandhi tentou a reconciliação das duas
comunidades. No dia 1 de Setembro de 1947, as lutas recomeçaram. Gandhi morava
então na zona muçulmana, o que exasperou os extremistas hindus, que o ameaçaram
e lhe pediram para abandonar aquele bairro. Gandhi respondeu que faria uma
greve de fome até a violência acabar.
Mais
tarde, em Nova Deli,
em 15 de Janeiro de 1948, Gandhi começou uma greve de fome ilimitada «para
proteger a vida, os bens e a religião dos muçulmanos». Ele temia uma guerra
civil na nova Índia independente e queria também proteger os hindus que tinham
ficado no Paquistão. Obteve o apoio das comunidades religiosas e, três dias
depois, na presença do embaixador do Paquistão, pôs fim ao jejum. Obteve também
o pagamento de 550 milhões de rupias devidos ao Paquistão. Para muitos hindus,
isto era demais. Gandhi era um traidor. Em 30 de Janeiro, quando se dirigia
para as suas orações, Nathuram Godse matou-o com três tiros à queima-roupa.
Durante o processo que o conduziria à forca, Godse
reivindicou plenamente o seu acto, assegurando que, no entanto, não odiava
Gandhi e que, antes de disparar, o tinha mesmo saudado religiosamente juntando
as mãos em sinal de respeito, gesto que foi confirmado por diversas
testemunhas. Aceitou como «desejável» a pena que lhe foi imposta,
pedindo apenas que as suas cinzas fossem guardadas até ao dia em que o Indus,
rio do Paquistão, pudesse correr numa Índia unificada.
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